Mesa debate abertura de processo na Câmara contra Flordelis

Em reunião, parlamentares da Câmara dos Deputados vão discutir caso de Flordelis, que pode ter mandato cassado por suspeita de mandar matar marido

Por ter imunidade parlamentar, a deputada não pode ser presa, a não ser em flagrante delito
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Por ter imunidade parlamentar, a deputada não pode ser presa, a não ser em flagrante delito

A Mesa da Câmara dos Deputados terá uma reunião na manhã desta terça-feira (1) para discutir a possibilidade de abertura de um processo de cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ), acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo . O encontro foi marcado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na Câmara, Flordelis é alvo de uma representação do deputado Lé Motta (PSL-RJ), protocolada junto à Mesa. Os deputados que compõem o órgão também receberam informações do advogado de Anderson do Carmo, que pediu o afastamento imediato da parlamentar. Essas duas representações, entretanto, enfrentam obstáculos regimentais para que possam avançar de forma rápida.

Para que sejam remetidas ao Conselho de Ética, há prazos e análise prévia por Corregedoria e a própria Mesa. Apenas um partido político pode enviar uma representação diretamente ao Conselho de Ética. E, até agora, nenhuma legenda fez isso. Para que um parlamentar seja cassado, o colegiado precisa aprovar parecer pela perda do mandato e, posteriormente, o plenário da Câmara precisa referendar a decisão.

De acordo com o corregedor da Câmara, Paulo Bengtson (PTB-PA), a ideia da reunião é debater as possibilidades regimentais diante de um caso "grave" e que necessita de celeridade.

"Eu acho que o caso deveria ir direto para o Conselho de Ética. Amanhã poderemos ter alguma decisão sobre o assunto", diz Bengtson.

Por conta da pandemia, as atividades do conselho estão paradas, assim como os trabalhos dos demais colegiados da Câmara. Nenhuma comissão foi instalada desde o início do ano. Para que o Conselho de Ética volte a funcionar, Bengtson apresentou um projeto de resolução. A intenção é que os parlamentares deem aval para reuniões remotas.

"A ideia é já votar o projeto em plenário, em regime de urgência, para que a gente possa retomar os trabalhos", acrescenta o deputado.