Lava Jato denuncia Vital do Rêgo, ministro do TCU, por corrupção

O ministro teria recebido propina para blindar executivos quando era senador e presidente da CPMI da Petrobras

Vital do Rêgo foi acusado de blindar empreiteiros na época em que era senador e presidia a CPMI da Petrobras.
Foto: Agência O Globo
Vital do Rêgo foi acusado de blindar empreiteiros na época em que era senador e presidia a CPMI da Petrobras.

Na manhã desta terça-feira (25), uma nova fase da Operação Lava Jato bloqueou R$ 4 milhões em bens de Vital do Rêgo, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). O atual ministro e ex-senador pelo MDB foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro .

De acordo com a denúncia da força-tarefa da Lava Jato , Vital do Rêgo teria recebido propina da empreiteira OAS na época em que era presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou a Petrobras , em 2014.

O ex-senador recebeu R$ 3 milhões de Leo Pinheiro, da OAS, para que os executivos da empresa não fossem convocados para depor na CPMI e na CPI do Senado.

A CPI teve 11 reuniões e ouviu 16 pessoas, enquanto a CPMI contou com 26 reuniões e 12 depoimentos. Nenhum empreiteiro foi convocado para depor.

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"As provas colhidas ao longo da investigação mostram que o pagamento da mencionada quantia pela OAS foi feito por meio de, pelo menos, dois modos diferentes: a celebração de contratos fictícios pela OAS com a empresa Câmara e Vasconcelos para viabilizar a entrega de R$ 2 milhões em espécie em benefício de Vital do Rêgo; e a celebração de contrato superfaturado pela empreiteira com a Construtora Planície para o repasse de R$ 1 milhão ao ex-Senador", informa o Ministério Público Federal (MPF). 

Para receber o dinheiro, Vital do Rêgo contaria com o auxílio de intermediários, como Alexandre Costa de Almeida, atual assessor do ministro no TCU. Almeida teve R$ 2 milhões bloqueados pela Justiça.

Vital do Rêgo não tem direito a foro privilegiado neste caso. Em nota, a defesa de do ministro do TCU disse que ele foi surpreendido com a notícia e que causa indignação o fato de que a denúncia nasceu de inquérito aberto sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

A 73ª fase da Operação foi batizada como “Ombro a Ombro” e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Brasília, Cabedelo, Campina Grande e João Pessoa.