"Teria que ouvir a bancada", diz Bivar sobre volta de Bolsonaro ao PSL

Presidente nacional do PSL Luciano Bivar afirma que aceno de Bolsonaro ao partido foi um gesto de 'gentileza". Em live nesta quinta, presidente disse que cogita voltar à sigla

Relação entre Bolsonaro e o presidente do partido se deteriorou em 2019
Foto: Reprodução/Facebook
Relação entre Bolsonaro e o presidente do partido se deteriorou em 2019

Presidente nacional do PSL,  Luciano Bivar afirmou que o eventual retorno de Jair Bolsonaro ao partido passaria pela vontade da bancada da legenda no Congresso e que a reaproximação envolve a possibilidade de a executiva nacional do PSL retirar a sanção, imposta a 14 deputados bolsonaristas filiados à sigla, de participar de comissões a que o partido tem direito na Câmara - medida que restringe, inclusive, a atuação de  Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O fim da sanção, previsto para janeiro, seria antecipado.

Em uma live nesta quinta, Bolsonaro afirmou que não poderia "investir 100%" no Aliança, legenda que pretende fundar, e cogitou voltar ao PSL, partido com o qual rompeu no final de 2019. Procurado para comentar, Bivar disse ao GLOBO que o comentário de Bolsonaro foi uma "gentileza", mas que ambos não chegaram efetivamente a tratar do assunto.

"Eu teria que ouvir a bancada como um todo. Nenhum deputado pode falar em nome do partido, inclusive eu, que sou presidente. Essa reaproximação tem sido feita por alguns parlamentares. Qual a ideia? É que fosse feita uma revisão das sanções que, num passado recente, foram feitas (pelo PSL a deputados bolsonaristas). Tem "n" partidos querendo o Bolsonaro. Entendo esse comentário dele cumo uma gentileza, um sinal de distensão, uma hipótese. Mas não foi um assunto colocado", diz Bolsonaro.

Nesta quinta, Bolsonaro, ao colocar o retorno ao PSL como uma possibilidade partidária, afirmou:

"Vou conversar com o pessoal do PSL , que, apesar de eu ter saído, ali tem uns 43, 44 parlamentares que conversam comigo. Tem uns oito ali que não dá para conversar tendo emvista o nível para onde conduziu a política, entrando na questão pessoal. Mas a gente está conversando com o PSL também", disse Bolsonaro.

Após a ruptura entre Bolsonaro e Bivar, no fim de 2019, o PSL impôs a suspensão de atividades partidárias a 14 deputados bolsonaristas que anunciaram que deixariam o partido para se filiar ao Aliança. A sanção é um dos piores partidos que um parlamentar pode receber, pois impede a participação em comissões, que dão projeção aos mandatos, e que assumam cargos de liderança. Na ocasião, Eduardo Bolsonaro (SP) foi destituído da liderança do PSL na Câmara e substituído por Joice Hasselmann, adversária de Bolsnaro. Com a reaproximação entre PSL e Bolsonaro, costurada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e pelo vice-presidente da sigla Antônio Rueda, Joice deixou a liderança, que foi assumida por Felipe Francischini (PSL), alinhado com o Planalto.