Venezuela denuncia à ONU negligência de Bolsonaro em combate à Covid-19

Regime de Maduro afirmou que o Brasil representa 'sério perigo' e é o 'pior inimigo dos esforços' de combate à Covid-19

Regime de Maduro afirmou que o Brasil representa 'sério perigo' e é o 'pior inimigo dos esforços' de combate à Covid-19
Foto: Reprodução/Facebook
Regime de Maduro afirmou que o Brasil representa 'sério perigo' e é o 'pior inimigo dos esforços' de combate à Covid-19

O embaixador da Venezuela na ONU (Organização das Nações Unidas), Samuel Moncada, denunciou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por negligência no combate à pandemia da Covid-19. Segundo o país, Bolsonaro apresenta uma "atuação irresponsável".

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Em carta enviada ao secretário-geral entidade, António Guterres, o embaixador chamou a atuação de Bolsonaro destacou a negligência com a pandemia. "Tenho a honra de me dirigir a Sua Excelência para falar da perigosa situação que sofre a América do Sul, incluindo a Venezuela, como resultado do avanço agressivo da covid-19 e da atuação irresponsável do senhor Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, país onde se encontra hoje o maior foco da doença em nosso continente", escreveu Moncada.

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O documento argumenta que o Brasil "coloca em sério perigo milhões de vidas", por registrar mais de 22% dos casos de Covid-19 no hemisfério ocidental, e que se tornou o "pior inimigo dos esforços" para a saída da pandemia na América Latina.

Segundo o embaixador, a "negligência criminal" do governo brasileiro, especialmente na fronteira com a Venezuela, é motivo de "grande preocupação", tendo em conta a grande mobilidade de pessoas nesta região.

"Quando milhares de migrantes venezuelanos, fugindo da discriminação, da xenofobia e de outras formas similares de intolerância de que têm sido vítimas no país vizinho, voltam voluntariamente à Venezuela, isso pode ser determinante para a propagação do vírus em nosso território, apesar dos protocolos [de segurança] que temos implementado nas diferentes fronteiras", argumentou.

O embaixador citou ainda como exemplos de ações de Bolsonaro na pandemia a "negação da gravidade", a "falta de uma política pública coerente para a contenção" do vírus, e "ameaças ao multilateralismo", mencionando declarações do presidente brasileiro no sentido de tirar o país da OMS (Organização Mundial da Saúde).

"É doloroso ver como hoje (o Brasil) está desperdiçando a oportunidade de liderar a luta para salvar milhões de vidas e, pelo contrário, está se transformando em um gigante agente de retrocesso e destruição. Desta maneira, o Brasil hoje é uma verdadeira bomba humanitária que coloca em perigo a saúde, o bem-estar e a vida dos nossos povos", concluiu.