Dúvida sobre o sistema democrático do país traz insegurança, diz Maia
Para presidente da Câmara, crise provocada pela pandemia de Covid-19 no Brasil deve ser longa e "reformas sozinhas não vão resolver o problema"
Por Agência O Globo |
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse nesta terça-feira (16) que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus deve ser longa e que o conflito político traz uma sinalização" muito ruim". Maia avalia que a discussão sobre a democracia no país mostra que existe insegurança, sendo assim, as reformas previstas não vão resolver o problema.
"Não é possível que o Brasil, organizando essa democracia desde a Constituição de 88, volte a discutir democracia. Isso é pior coisa do mundo. E, se há essa discussão, é porque há dúvidas sobre o nosso sistema democrático. Se há insegurança em relação a isso, as reformas sozinhas não vão resolver nosso problema. O Brasil precisa ter uma democracia sólida", afirmou o presidente da Câmara a na live “Conexão Empresarial”, com políticos e empresários de Minas Gerais.
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Maia voltou a defender o diálogo e a união, afirmando que cabe ao governo e ao parlamento encontrar soluções. "O conflito político traz uma sinalização muito ruim e uma insegurança para todos aqueles que estão vivendo essa crise no Brasil e aqueles que pretendem em investir me nosso país. É lógico que a crise política é mais um ingrediente completamente desnecessário", afirmou.
O presidente da Câmara disse também que não se deve responsabilizar a imprensa pelo excesso de radicalização que tomou conta do Brasil. Ao rebater o deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG), que reclamou da atuação da mídia, Maia disse que o papel da imprensa é informar. Ele citou o episódio do último sábado, quando manifestantes soltaram rojões em direção ao Supremo Tribunal Federal (SFT).
"Como é que não divulga morteiros no Supremo, manifestação com roupas sinalizando movimentos americanos. Isso é inaceitável para nossa democracia. Eu acho que o movimento radicalizado leva informações mais duras por parte da imprensa", afirmou, completando: "Essa não é uma crise que acaba amanhã, ela é um pouco mais longa. Vai precisar de cada um de nós paciência e equilibro".