Para Dilma, centrão levou Bolsonaro ao poder com “tática suicida”
Ex-presidente criticou atitudes de partidos do centro e à direita, se mostrando pouco confiante na criação de uma articulação contra Bolsonaro
Por iG Último Segundo |
Em entrevista ao jornal El País nesta quarta-feira (10), Dilma não se mostrou confiante com algumas das articulações de frentes de oposição contra o governo Bolsonaro. “No Brasil houve um processo de deterioração das instituições, que começa em 2016, ao romper o processo democrático você abre a caixa de Pandora e todos os monstros saem”, afirmou.
Leia também
- “Há um quadro de intervenção militar dentro do governo”, afirma Dilma
- Confira os indicados pelo Centrão nomeados pelo governo federal
- Bolsonaro entrega Banco do Nordeste a PL de condenado no mensalão
Questionada sobre se o Partido dos Trabalhadores participaria de alguma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro ao lado do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que se demitiu do cargo no mês de abril , Dilma foi categórica: “O senhor Sergio Moro jamais poderá entrar em uma frente. Ele é diretamente responsável. É uma figura central na chegada do Bolsonaro.”
Dilma aproveitou a oportunidade para afirmar que não vê uma forma de Bolsonaro sofrer impeachment sem apoio popular e criticar alguns dos partidos do Centro e da centro-direita no momento atual. “Por que não tem uma liderança de centro, de centro direita? Porque elas foram simplesmente engolidas no processo que leva Bolsonaro ao poder. Elas assumem uma estratégia, uma tática suicida”, disse. Ela reconheceu, ainda, que o Partido dos Trabalhadores fez alianças com o centro, mesmo que aquilo não seguisse as vontades dela.