Em debate, FHC, Ciro e Marina defendem frente ampla contra Bolsonaro

Ex-presidente e os dois ex-ministros criticaram condução da crise do novo coronavírus pelo presidente

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) reforçaram a necessidade de união de lideranças políticas contra retrocessos democráticos em meio à crise política pela qual passa o país. Os três participaram de um debate mediado pela jornalista Miriam Leitão, na GloboNews .

FHC, Ciro Gomes e Marina Silva defendem frente ampla para defender democracia
Foto: Reprodução/Globonews
FHC, Ciro Gomes e Marina Silva defendem frente ampla para defender democracia


Leia também:
Brasil se junta à Venezuela e à Coreia do Norte ao omitir dados da pandemia
Manifestantes fazem ato pró-Bolsonaro neste domingo na Paulista
Financial Times faz editorial contra Bolsonaro e fala sobre risco à democracia

De acordo com o ex-presidente, o atual governo seria um símbolo do atraso. O presidente criticou a forma pela qual o presidente vem lidando com a crise do novo coronavírus, criando uma crise econômica e também institucional.

"O problema maior que temos no Brasil, e simbolizado pelos que estão no poder, é o atraso. Não é questão de ser de direita: eles são atrasados. Eles têm teia de aranha na cabeça, não conseguem ver a realidade, se agarram a fantasmas. Inventaram agora um tal de marxismo globalista. Não sei o que é isso, e olha que eu entendo dessas coisas", afirmou o ex-presidente.

Você viu?

O ministro Ciro Gomes também afirmou que as forças políticas , mesmo que sejam adversárias, devem se unir para combater o que enxerga ser um risco para a continuidade da democracia no país.

O pedetista aproveitou para criticar aqueles que "por mimimi" não participariam da luta pela proteção da democracia no Brasil. A declaração ocorre dias após o ex-presidente Lula ter declarado em reunião do PT de que não assinaria manifestos assinados por alguns dos adversários do partido, sobretudo aqueles que defenderam o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff .

"Nós vamos fazer o que for necessário. Dar as mãos a adversários políticos? Isso é nada. Ninguém do povo vai entender a superficialidade de qualquer um de nós que, por mimimi, por manha, por marra, não cumpra sua tarefa de proteger a democracia que custou vidas a vários brasileiros", afirmou o ex-ministro, que lembrou dos torturados e exilados pela ditadura. "Vamos esquecer o exílio? Nem a pau, Juvenal. Vamos pro cacete, vamos defender a democracia brasileria e quem não vier é traidor."

A ex-ministra Marina Silva também reforçou a necessidade de união de diferentes lideranças políticas. Segundo ela, os políticos terão que saber compartilhar a luta pela democracia.

"É com esse espírito que homens públicos e a sociedade civil estão se mobilizando. Vamos ter que compartilhar três coisas. Compartilhar a humildade de compartilhar a autoria dessa luta para sair da crise, compartilhar o processo de realização dessa obra que os políticos e os partidos são apenas a menor parte e, sobretudo, compartilhar o reconhecimento que ficará nos anais da história", disse a ex-ministra.