Medidas de distanciamento estão sendo tomadas por "tentativa e erro", diz Teich
Ex-ministro da Saúde criticou as ações de vários países e disse que decisões feitas com poucas informações são motivo para geração de críticas
Por Caique Alencar | - iG Último Segundo |
O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich , usou o Twitter nesta sexta-feira (5) para fazer críticas às medidas de distancimento social que estão sendo tomadas em vários e disse que as ações no mundo todo estão sendo feitas por "tentativa e erro".
"Decisões estão sendo tomadas em um mundo de pouca informação e grande incerteza. Nesse cenário, marcado por angústia e medo, as escolhas e ações ligadas ao distanciamento estão acontecendo com um modelo de tentativa e erro", escreveu Teich.
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Nesse cenário, o antigo chefe da pasta afirmou que quando essas decisões são "tomadas em um ambiente de baixa colaboração e cooperação, [elas] carregam o risco de serem usadas para críticas, defesa de posições pessoais, intensificação de disputas políticas e maior polarização".
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"Problemas de saúde abordados com uma perspectiva política, dificilmente serão solucionados da melhor forma possível. Idas e vindas nas tentativas de reabertura da economia podem trazer mais instabilidade, dificultando ainda mais esse processo ao longo do tempo", completou.
Decisões estão sendo tomadas em um mundo de pouca informação e grande incerteza. Nesse cenário, marcado por angústia e medo, as escolhas e ações ligadas ao distanciamento estão acontecendo com um modelo de tentativa e erro.
— Nelson Teich (@TeichNelson) June 5, 2020
Na sequência de publicações Teich também falou sobre a importância se seguir a ciência para adotar as medidas de combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2). Esse foi um dos principais motivos para o ex-ministro pedir demissão da pasta da saúde, já que ele evitava recomendar o uso da cloroquina para pacientes com sintomas leves da Covid-19 , ao contrário do que exigia o presidente Jair Bolsonaro .
"A forma de definir a melhor estratégia em relação ao distanciamento social, assim como nos casos de medicamentos e vacinas, também deve ser baseada em estudos científicos. A metodologia desses estudos, apesar de complexa, é a mais indicada para gerar informação", disse Teich.
Depois de assumir o Ministério da Saúde no lugar de Luiz Henrique Mandetta, que também deixou o governo federal ao discordar de Bolsonaro em relação à recomendação da cloroquina, Teich não chegou a completar um mês no comando da pasta.
Na ocasião em que comunicou seu pedido de demissão, Teich disse que "tinha um nome a zelar" e que entrou com uma missão de ajudar os brasileiros .