Saída de Nelson Teich tem repercussão negativa no Senado
Membros da casa expressaram insatisfação com a demissão repentina, após 28 dias, do agora ex-ministro da saúde
Por iG Último Segundo |
A saída precoce de Nelson Teich do Ministério da Saúde repercutiu negativamente dentro do Senado Federal . Os parlamentares ouvidos foram unanimes ao dizer que a saída repentina de Teich mostra um despreparo e irresponsabilidade do governo Bolsonaro .
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Para o líder do MDB, o senador Eduardo Braga (AM), a saída aumenta, ainda mais, a crise no país . Ele ainda afirma que o Brasil precisa de um líder mais equilibrado para conduzir esse momento de crise .
“Esperamos que a escolha do futuro ministro seja orientada por critérios técnicos e que o Ministério da Saúde siga alinhado com a ciência. É fundamental a adoção de medidas rápidas e efetivas para que possamos reduzir ao máximo o impacto dessa calamidade”, escreveu em seu twitter.
Já o líder do PSD, o senador Otto Alencar (BA), criticou duramente a postura do presidente, a quem se referiu como ‘lunático’. “Precisamos urgentemente de um bom psiquiatra para equilibrar o Bolsonaro. O Brasil não merecia isso. Ele não vai mudar. Ele quer enquadrar os protocolos da saúde à caserna, a saúde vai ter que ser enquadrada ao quartel”, afirmou.
Para o senador do PT, Rogério Carvalho (SE), a saída de Teich se deu graças aos posicionamentos diferentes quanto ao uso da hidroxicloroquina , medicamento que ainda não se provou eficaz cientificamente contra o coronavírus .
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“Bolsonaro se esconde na ilusão da cloroquina, que não salva vidas! Mais uma vez reforçamos que a responsabilidade das milhares de pessoas doentes dos brasileiros mortos é do presidente”, disse Rogério.
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Bolsonaro é favorável a mudar o protocolo do SUS para que o medicamento possa ser utilizado em pacientes desde o início do tratamento . O agora ex-ministro Nelson Teich ficou 28 dias no cargo, após a saída de seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta , no dia 16 de abril.
A seguir, veja como alguns outros Senadores reagiram à saída de Teich:
A saída do ministro Nelson Teich, menos de um mês depois de ser nomeado, revela a gravidade da crise no governo. Foi forçado a sair pq ñ concordou com a ideia irresponsável de defender o uso deliberado da Cloroquina e do fim do isolamento social. É um governo contra a ciência.
— Eliziane Gama (@elizianegama) May 15, 2020
Bolsonaro não quer um médico para cuidar da saúde dos brasileiros. Quer um charlatão fanático. Ou um militar burocrático capaz de seguir ordens sem pensar. Dois ministros da saúde demitidos em plena pandemia não é só sinal de incompetência. É crime e está nas margens do homicídio
— Senador Alessandro Vieira (@Sen_Alessandro) May 15, 2020
Lamento e considero preocupante a demissão de mais um ministro do governo. Especialmente por se tratar do gestor da pasta que é a responsável por coordenar as ações de combate a mais grave crise de saúde pública que o Brasil e o mundo enfrentam. https://t.co/T3qr34Z0tQ
— Dario Berger (@darioberger) May 15, 2020
O Ministério da Saúde, sem se guiar pela Ciência, não gozará de nenhuma credibilidade. Os militares prestam relevante serviço ao país, mas na Defesa Nacional. A saúde pública não admite experimentalismos insensatos. https://t.co/KTPzGDtlgR
— Fabiano Contarato (@ContaratoSenado) May 15, 2020
Lealdade é louvável, mas, subserviência é covardia. Parabéns Nelson Teich. Que venha o próximo! pic.twitter.com/00xFdG8Bgj
— Major Olimpio (@majorolimpio) May 15, 2020
Ninguém aguenta a inaptidão de Bolsonaro, nem os mais omissos e ineptos! Agora, quem tem que cair é o próprio Bolsonaro, um negacionista, inimigo da Ciência, da Saúde e da vida! Bolsonaro se aliou ao Coronavírus e qualquer gestor, por pior que seja, não supera Bolsonaro! pic.twitter.com/9VCtZF9Ktn
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) May 15, 2020