Antes de entregar, Planalto verificou que vídeo não poderia incriminar Bolsonaro
Auxiliares de Jair Bolsonaro no Planalto verificaram se havia algum trecho do vídeo poderia incorrer em crime de responsabilidade contra presidente
Por iG Último Segundo |
O vídeo que está sendo analisado no inquérito sobre suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) interferir na Polícia Federal (PF) foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) apenas após ter sido verificado minuciosamente por auxiliares de extrema confiança do presidente, segundo divulgado nesta quinta-feira (14) pelo jornal O Estado de S. Paulo .
Leia também: Fechados com o capitão: O que afasta e o que aproxima Bolsonaro de seus ministros
Auxiliares do presidente no Planalto verificaram se havia algum trecho do vídeo poderia incorrer em crime de responsabilidade e concluíram que não há nenhuma prova contundente sobre a suspeita – apesar do vídeo conter palavrões de Bolsonaro e deixar o governo em algumas saias-justas com o STF, a China e governadores.
Entre a equipe que verificou o vídeo estavam os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e da Advogado-Geral da União (AGU), José Levi. Aliados de Bolsonaro são a favor da divulgação do material, pois enxergam que isso beneficiaria o presidente nas acusações e diminuiria o desgaste de sua imagem.
Você viu?
O vídeo é a gravação de uma reunião de Bolsonaro com seus ministros no dia 22 de abril. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro alega que nesse encontro foi pressionado para realizar mudanças no comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro.
Leia também: Fake news é ferramenta política de Bolsonaro, diz cientista política
O material foi entregue na última sexta-feira (8) e exibido sigilosamente nesta terça (12) para membros da investigação. Agora o STF espera uma resposta da AGU para decidir se irá divulgar o vídeo ao público. A pasta de Bolsonaro tem sinalizado que deve pedir para que apenas trechos do vídeo sejam divulgados e não sua íntegra.