Angelo Villela chegou a ser preso preventivamente em 2017
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Angelo Villela chegou a ser preso preventivamente em 2017


O Conselho Superior do Ministério Público Federal ( MPF ) determinou nesta terça-feira a aplicação da pena de demissão contra o procurador Ângelo Goulart Villela, acusado de receber uma mesada do grupo J&F em troca de fornecer informações privilegiadas de dentro do MPF. Delatado pelo ex-diretor jurídico do grupo, Francisco de Assis e Silva, Goulart foi alvo da Operação Patmos em maio de 2017 e chegou a ser preso preventivamente pela Polícia Federal.

Só agora, três anos depois, é que o processo administrativo contra ele chegou a um desfecho. Por nove votos a um, a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) entendeu que a conduta de Villela foi indevida e que ele deve ser punido com a exoneração do cargo de procurador da República. Mas essa perda do cargo não é automática.

Após esse resultado, o MPF irá entrar com uma ação judicial contra Villela pedindo à Justiça que determine a exoneração dele do seu o cargo. Desde que foi preso, Villela está afastado do exercício de suas funcções de procurador, mas continuou recebendo seu salário de R$ 33 mil durante todo esse tempo.

Vazamento

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Villela atuou na força-tarefa Greenfield, da Procuradoria da República do DF, e chegou a vazar um áudio de uma negociação sigilosa da força-tarefa para a equipe do empresário Joesley Batista .

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Os subprocuradores-gerais da República do Conselho Superior entenderam que ele cometeu infração ao repassar informações sigilosas da força-tarefa aos advogados do grupo J&F, descumprindo os deveres de sua função de procurador da República.

Em dezembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região abriu ação penal contra Villela pelos crimes de corrupção passiva , violação de sigilo funcional, lavagem de dinheiro e obstrução de investigação, tornando-o réu no caso.

Procurado, o advogado de Villela, Gustavo Badaró, afirmou que o cliente é inocente e que o material enviado ao advogado do grupo J&F não era sigiloso e visava a convencê-los para celebração de um acordo de delação premiada, o que efetivamente acabou ocorrendo depois.

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