Bolsonaro diz que pode acionar AGU contra governador que descumprir decreto

Presidente argumentou que governantes que decidirem barrar atividades essenciais estariam, na prática, descumprindo uma norma federal

Bolsonaro liberou academias, salões de beleza e barbearias nesta segunda (11)
Foto: Agência Brasil
Bolsonaro liberou academias, salões de beleza e barbearias nesta segunda (11)

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (12) que poderá acionar a Advocacia-Geral da União ( AGU ) para mover ação judicial contra os governadores que descumprirem os decretos que definem a relação de serviços essenciais liberados durante a pandemia da Covid-19 .

"Se porventura o governador falar que não vai cumprir, a Advocacia Geral da União, o Ministério da Justiça, vão tomar a devida medida", afirmou o presidente a jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada.

Bolsonaro argumentou que os governadores que decidirem barrar atividades essenciais estariam, na prática, descumprindo uma norma federal. "Havendo o descumprimento, a AGU vai se empenhar, talvez junto à esfera judicial, para que aquele governador cumpra o decreto", disse.

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O presidente comentou que pode ampliar ainda mais a lista de serviços essenciais. "Se tiver sugestão de uma nova profissão que seja considerada essencial, a gente estuda e decide. Um um decreto é rápido", disse.

Para Bolsonaro, o decreto que classifica os serviços de manicure, salão de beleza, barbearias e academias como essenciais vai ajudar "pessoas muito humildes" a voltarem a trabalhar e outras a "desestressarem" ao praticarem atividades físicas.

Na visão do presidente, apesar de não poderem descuprirem o decreto, os governadores podem contestá-lo. "Quando qualquer um de nós achar que uma lei está exagerada tem dois caminhos: o da Justiça e o do Parlamento. No caso de decreto, [a alternativa] chama-se ‘decreto legislativo’ para tornar sem efeito aquele decreto", afirmou.

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Bolsonaro minimizou a publicação do decreto sem antes consultar o ministro da Saúde, Nelson Teich, pois decidir sobre o alcance do isolamento não é uma atribuição do órgão. Para o presidente, "é cedo ainda" para analisar o desempenho dele à frente da pasta, que encontrou uma "situação complicada".