Bolsonaro manda jornalista "calar a boca" e nega agressão à imprensa em protesto

Declarações foram dadas em conversa com apoiadores na manhã desta terça. Presidente concordou, ainda, que infiltrados agrediram enfermeiros

Bolsonaro mandou jornalistas calarem a boca
Foto: Jair Messias Bolsonaro / Facebook
Bolsonaro mandou jornalistas calarem a boca

Em conversa com seguidores em Brasília na manhã desta terça-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro negou que profissionais da imprensa tenham sofrido agressões físicas em protestos realizados no último domingo.

Uma das seguidoras chegou a afirmar que havia "infiltrados" dentro dos protestos e que eles "apoiam o país". "Para vocês entenderem como é essa imprensa que está aí. Mandei levantar para ver se tinha corpo de delito", disse, concluindo que “se houve agressão, foi verbal, o que eles fazem todo tempo conosco”.

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Quando um apoiador da cidade de Salvador começou a falar sobre problemas econômicos causados após a quarentena na cidade, Bolsonaro levou o homem até a área de jornalistas e disse para a imprensa “escutar o povo” e “parar de politicalha contra o Brasil”.

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Em seguida, ele leu a manchete do jornal Folha de S.Paulo , afirmando que novo diretor da Polícia Federal acatou pedido do presidente para trocar o comando da PF no Rio de Janeiro. Classificando o jornal como “canalha", dizendo que não há parentes dele investigados e que o homem foi promovido a um cargo nacional.

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Ao ouvir um jornalista iniciando uma pergunta, Bolsonaro dispara: “cala a boca, não te perguntei nada” e é aclamado pelos apoiadores. Quando outro repórter tenta fazer mais uma pergunta, ele o manda calar a boca novamente e finaliza: "não tenho nada contra o superintendente do Rio de Janeiro e não interfiro na Polícia Federal".