Bolsonaro diz que Moro fez "fofoca" ao acusá-lo de interferência na PF
Presidente ironiza declaração e diz que é a apuração "mais grave" em curso contra ele; inquérito investiga suposta ingerência política na corporação
Por Agência O Globo |
O presidente Jair Bolsonaro chamou de “fofoca” a acusação feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro , de que ele teria atuado para interferir na Polícia Federal. A suposta interferência está sendo investigada, em inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira (4), Bolsonaro mostrou a apoiadores um papel com a reprodução da troca de mensagens apresentada por Moro – e revelada pela TV Globo. Embaixo, havia uma mensagem em vermelho com a frase “isso é fofoca”.
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Moro prestou depoimento à PF no sábado e apresentou, além desta, outras mensagens trocadas com o presidente. Depois de conversar por cerca de cinco minutos com os apoiadores, Bolsonaro se dirigiu aos jornalistas, disse que não responderia a perguntas e repetiu que a interferência na PF é “fofoca”.
"Essa é a acusação mais grave contra a minha pessoa", afirmou aos apoiadores, em tom de ironia. "Tem um print da matéria do “Antagonista”. Embaixo está escrito... Eu escrevi embaixo “mais um motivo para troca". Estão me acusando por causa disso e dizendo que estou interferindo na Polícia Federal, não é isso? Eu estou dizendo que é fofoca aqui embaixo, tá ok? O complemento vem depois".
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No pedido de abertura de inquérito, o procurador-geral da República, Augusto Aras, aponta os possíveis crimes de advocacia administrativa, coação no curso do processo, obstrução de Justiça, falsidade ideológica, corrupção passiva privilegiada e prevaricação. A investigação também se estende a Moro, que, em tese, pode ter cometido o crime de denunciação caluniosa, além de crimes contra a honra. O inquérito foi aberto com base na entrevista em que Moro anunciou a saída do governo e citou a tentativa de interferência por meio da troca do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, e superintendentes da corporação no Rio e em Pernambuco.