Bolsonaro cogita deslocar Jorge Oliveira para Justiça em caso de saída de Moro
Presidente exonerou o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, decisão que contrariou o atual ministro da pasta
Por Agência O Globo |
Enquanto a permanência de Sergio Moro no comando do Ministério da Justiça e da Segurança Pública segue indefinida, o presidente Jair Bolsonaro já começou a avaliar nomes para substitui-lo, entre eles o do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira . Três fontes ligadas a Bolsonaro ouvidas pelo jornal GLOBO dão como certa que a saída de Moro do governo federal promoveria a transferência de Oliveira, que hoje acumula a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) e é major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal.
Na manhã desta quinta-feira, Moro ameaçou pedir demissão do cargo caso o comando da Polícia Federal fosse trocado por Bolsonaro , o que se efetivou na manhã desta sexta-feira. O agora ex-diretor-geral, Maurício Valeixo , já negociava uma saída pacífica do cargo desde o ano passado, mas aguardava Moro deflagrar o processo de sucessão.
Tanto Moro quanto Oliveira já foram cotados como possíveis indicados para o Supremo Tribunal Federal (STF) . Os dois se estranharam no começo desse ano em meio à discussão sobre o possível desmembramento do Ministério da Segurança Pública do da Justiça, enfraquecendo a pasta comandada por Moro. Geralmente, os encontros entre os dois ocorrem na sala do presidente.
No fim da tarde desta quinta-feira, Bolsonaro subiu do terceiro andar do Palácio do Planalto, de onde despacha, para ir até o gabinete de Oliveira, no quarto andar. Geralmente, os encontros entre os dois ocorrem na sala do presidente.
Leia também: Parlamentares do PSL saem em defesa Moro após ameaça de demissão
Você viu?
Secretário de Segurança do DF é cotado
Além de participar de audiência com o governador Ibaneis Rocha (DF) e com Bolsonaro na segunda-feira, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres , cotado para substituir Valeixo no comando da PF, esteve novamente no Planalto na quarta-feira, para protocolar alguns documentos na Presidência da República.
Segunda sua assessoria, ele não encontrou o presidente desta vez. Mas a agenda oficial de Jorge Oliveira registra um encontro de 20 minutos com o secretário do Distrito Federal. Ibaneis disse ao GLOBO que duvida que Moro peça demissão e que ele fez uma "ameaça janista", em referência à renúncia do ex-presidente Jânio Quadros.
"Eu não acredito que o Anderson aceitaria ir para a Polícia Federal, porque está muito bem aqui. Se fosse para o lugar do Moro até poderia ir, mas para a Polícia Federal, não".
O governador acrescentou que Moro "não entende nada" de segurança pública, ao contrário de Anderson Torres, em sua visão. "(Moro) já está lá há um ano e tanto e não tem uma ação de segurança pública dele no Brasil", disse.