Governador do Rio, Wilson Witzel
DIVULGAÇÃO/GOVERNO DO RIO DE JANEIRO
Governador do Rio, Wilson Witzel

O governador Wilson Witzel condenou a atitude do presidente Jair Bolsonaro, que ao dar um passeio nos arredores de Brasília, no último domingo, acabou por formar aglomerações, o que vai de encontro com as medidas de isolamento defendidas pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta . Durante coletiva no início da tarde desta segunda-feira, Witzel disse que o momento não é de desafiar autoridades sanitárias como a Organização Mundial de Saúde (OMS). Quem assim o faz, segundo Witzel, está cometendo crime contra a humanidade, previsto em lei.

"O ministro Mandetta tem orientado o presidente Jair Bolsonaro. Não temos dúvida que estamos fazendo a coisa certa. O presidente americano [Donald] Trump já disse que a previsão é de 100 mil mortos. Por que isso está acontecendo? Porque, provavelmente, perderam tempo (para fazer o isolamento social). Estamos seguindo todas as orientações e o ministro Mandetta está no mesmo sentido. É evidente que, atitudes que contrariam essas orientações (sair do isolamento) podem ter reflexos no sentido de atribuir responsabilidade a quem está na contramão das diretrizes. Cada um deve saber aquilo que deve acontecer no futuro em razão de tomar as atitudes corretas", afirmou o governador.

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Como ex-juiz, Witzel chamou atenção de quem não segue as orientações da OMS. Sem citar nomes, ele deu a entender que se referia ao presidente Jair Bolsonaro, que com o passeio de domingo, provocou uma aglomeração de pessoas que queriam fazer selfies com ele:

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"Eu não estou aqui para fazer pré-julgamento de ninguém. Mas se puder dar um conselho, como jurista, diria que está colocando em risco a sua liberdade, porque a um chefe de estado não se admite que vá na contramão de organizações internacionais das quais o Brasil é signatário, como a ONU , a OMS . Fazer ações que possam aumentar a pandemia, pode ser caracterizados nos termos do artigo 7º do Estatuto de Roma, como crime contra a humanidade. Então, cada um que tome as ações que entender e a consciência determina, e seja depois ser responsabilizados por seus atos. Se eu pudesse dar um conselho é que não se desafie as autoridades sanitárias. Porque, amanhã, a responsabilidade virá e ela poderá ser muito dura. Não é o momento de desafiar, nem fazer política, e sim, fazer aquilo que o Brasil espera de nós, que os governantes devem fazer, ser responsáveis por suas ações", enfatizou o governador.

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Durante a entrevista, Witzel também pediu que o prefeito Marcelo Crivella , que estendeu a ordem de fechamento das escolas por mais 15 dias, continue na parceria para avaliarem juntos a questão.

"Ainda é cedo para dar uma avaliação mais aprofundada, mas já vimos que deu resultado o isolamento social. Fazer qual quer mudança é desaconselhável. A minha determinação é não fazer a volta às aulas. Eu entendo que eu tenho o poder de polícia para determinar o fechamento das escolas municipais. Se a Procuradoria Geral do Estado entender que temos que recorrer ao Judiciário, Defensoria, Ministério Público, para impedir que essa ação seja realizada, vamos fazer. É evidente, que quem tomar esta medida, terá consequência de seus atos futuramente. É evidente que não vamos permitir", disse Witzel.

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