Witzel rebate críticas de Bolsonaro e diz: "Não quero que Rio vire uma Itália"
Em entrevista, governador do Rio de Janeiro lamentou declarações do presidente e disse que "não é momento de fazer política"
Por iG Último Segundo |
Nesta sexta-feira (20), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, usou palavras duras para rebater críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, as medidas que estão sendo tomadas são necessárias para que o estado não "vire uma Itália".
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"Estou tomando estas medidas drásticas, mas necessárias, segundo orientação da OMS e a experiência de outros países. Não quero que nosso estado vire uma Itália. Agora, definitivamente, é preciso que o governo entenda a gravidade do problema. neste momento, não há espaço para fazer política", afirmou Witzel , em entrevista ao Globo News.
Segundo o governador , é preciso que o Governo Federal "entenda que é hora de falar na sobrevivência das pessoas": "se nós não agirmos desta forma, vamos contabilizar mortos. Infelizmente, é uma realidade vivenciada na Itália e na Espanha".
Witzel afirmou que os cariocas estão enfrentando muito problemas por conta da pandemia do novo coronavírus e que "governo precisa acordar". Além disso, lamentou a falta de diálogo entre governadores e Governo Federal .
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"Estamos conversando através de carta. Eu e outros governadores estamos com dificuldade de falar com o governo, assim fica muito dificil de trabalharTemos que parar de fazer política, temos que trabalhar. Nós estamos trabalhando, esperamos que o governo faça sua parte", afirmou Witzel .
"Parece que é outro país"
Mais cedo, Bolsonaro havia criticado um decreto de Witzel com medidas para conter o avanço do novo coronavírus. De acordo com o presidente, tais medidas não competem a ele: "parece que o Rio de Janeiro é outro país" .
O decreto de Witzel determinou a suspensão de viagens aéreas, terrestres e aquaviárias de origem de locais com circulação confirmada do coronavírus ou situação de emergência decretada. A suspensão, no entanto, depende de confirmação das agências reguladoras, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que criticou a decisão.
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"Estão tomando medidas, no meu entender, exageradas", disse na saída do Palácio da Alvorada nesta sexta. "Fecharam o aeroporto do Rio de Janeiro. Não compete a ele, meu Deus do céu! A Anac está à disposição, é uma agência autônoma que está aberta para todo mundo, para conversas. Eu vi ontem um decreto do governador do Rio que, confesso, fiquei preocupado. Parece que o Rio de Janeiro é um outro país. Não é outro país. Você tem uma federação", afirmou o presidente .