"Infelizmente Constituição não permite perpétua", diz Bolsonaro contra Drauzio
Em defesa às críticas que tem recebido, doutor Drauzio disse que não procura saber quais os crimes cometidos por seus pacientes. “Sou médico, não juiz”
Por iG Turismo |
09/03/2020 19:07:54O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais nesta segunda-feira (9) para atacar o médico Drauzio Varella e a Rede Globo. As críticas aconteceram após a transmissão de uma reportagem que mostrava a rotina das mulheres trans que cumprem pena em presídios masculinos, apresentada no programa Fantástico.
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"Enquanto a Globo tratava um criminoso como vítima, omitia os crimes por ele praticados: estupro e assassinato de uma criança", disse Bolsonaro . "Infelizmente a Constituição não permite prisão perpétua para crimes tão cruéis". O presidente também disse que graças à internet livre, o povo não é mais refém de manipulações.
O texto da publicação está acompanhado de uma imagem que se reporta à uma mulher trans no masculino, com os dizeres: "Isso a Globo não mostra: trans abraçado pelo Dr. Drauzio no fantástico estuprou e matou menino de 9 anos. Reportagem ainda disse que ele foi abandonado pela família, mas não menciona a possível tentativa de estupro a um sobrinho".
- Enquanto a Globo tratava um criminoso como vítima, omitia os crimes por ele praticados: estupro e assassinato de uma criança.
- Graças à internet livre, o povo não é mais refém de manipulações.
- Infelizmente a Constituição não permite prisão perpétua para crimes tão cruéis. pic.twitter.com/cafVGn5tuu— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 9, 2020
No programa, Drauzio entrevistou Suzy, uma mulher transexual. Ela disse que estava no local há oito anos, sem receber visitas. "Muita solidão, não é minha filha", respondeu o médico, seguido de um abraço na detenta.
Em defesa às críticas que tem recebido, Drauzio disse que não procura perguntar os crimes cometidos por seus pacientes. “Sou médico, não juiz”. Ele é um dos médicos mais conhecidos do país e frequenta presídios há mais de 30 anos. O Carandiru está entre as unidades em que ele atuou como voluntário.
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“Em todos os lugares em que pratico a Medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios”, esclareceu.