Empresa é investigada por desvio de recursos
Agência Brasil
Empresa é investigada por desvio de recursos

Investigada no âmbito da Operação Lava Jato como parte de um esquema de desvio de recursos do Fundo Especial do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) por meio de contratos de serviços prestados para a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), a empresa Denjud (hoje, chamada de "Singular") possui contrato vigente na área da saúde estadual do Rio de Janeiro . Outros três contratos perderam a validade em fevereiro de 2020.

A empresa pertence a Astério Pereira dos Santos, ex-secretário nacional de Justiça e Cidadania (2017) e ex-secretário da Seap (de 2003 a 2006). Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a Denjud foi beneficiada em contratos com a Seap e Degase para o fornecimento de alimentação aos presídios provenientes do Fundo Especial do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) na condição de repassar propina de 15% para os conselheiros do Tribunal. Outra empresa, a JB Alimentação, também pertencente a Astério, é investigada no mesmo esquema.

Segundo os procuradores, as empresas envolvidas no esquema de desvio e lavagem de dinheiro denunciado nesta quinta-feira permaneciam em atividade para lavar novos valores ou finalizar a lavagem das quantias já recebidas.

"Essa rede de lavagem estava ativa até o deflagramento da operação. As empresas continuavam em funcionamento, recebendo dinheiro ou lavando quantias já recebidas", destaca o procurador do MPF Almir Teubl.

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O contrato em vigor está firmado com o Fundo Estadual de Saúde (FES) e diz respeito a prestação de serviço de alimentação de pacientes, acompanhantes, funcionários e outros autorizados nas unidades hospitalares da Secretaria de Estado de Saúde. A contratação foi firmada em 27 de julho de 2018 e, até segunda ordem, ficará vigente até 19 de julho de 2020.

A Singular possuía também três contratos com a Secretaria de Estado de Educação para o preparo e distribuição de refeições nas escolas. Os acordos, que foram firmados no mesmo dia, perderam a validade em quatro de fevereiro de 2020.

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Segundo os procuradores, os diversos braços das organizações criminosas que estavam à frente do Estado do Rio tinham relações entre si. Os envolvidos na ação desta quinta-feira, por exemplo, são ligados à pessoas já investigadas, por exemplo, nas operações Pão Nosso (que tratava das fraudes no Seap e na Degase); Ratatouille (que tratou de pagamento sobre serviço de alimentação prestado ao estado); Descontrole e Quinto do Ouro (que trataram dos pagamentos aos Conselheiros do TCE) e da Unfair Play (que tinha o Arthur Soares à frente). Os envolvidos, segundo o MPF, mantinham ligações como forma de de proteção e troca de vantagens.

"Sérgio Côrtes, que compunha uma rede ligada à saúde, Cabral que comandava o esquema como um todo, se articulavam entre si como uma forma de se proteger e o Astério tinha um papel principal nisso", explicou o promotor Stanley Valeriano.

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