Janaina Paschoal diz que tudo indica que Flávio Bolsonaro 'cometeu peculato'

Deputada não acredita que senador tenha lavado dinheiro, mas vê evidências contundentes de que ele desviou verba pública nos tempos de Alerj

Janaina Paschoal avalia que Flávio Bolsonaro 'cometeu peculato'
Foto: Marcos Alves/Agência O Globo
Janaina Paschoal avalia que Flávio Bolsonaro 'cometeu peculato'


A deputada estadual e jurista Janaina Paschoal afirmou, em entrevista publicada pelo Estado de S. Paulo nesta quinta-feira, que os fatos divulgados nos últimos dias indicam que o senador Flávio Bolsonaro cometeu peculato, termo jurídico referente ao desvio de dinheiro público. Ela não vê, no entanto, sinais de lavagem de dinheiro.

“Ao que tudo indica, infelizmente, o Flávio cometeu peculato e utilizou funcionários para desviar dinheiro público. Tecnicamente falando, não vejo a lavagem (de dinheiro), mas o peculato vejo. E ele tem que responder. O meu desejo é que o Ministério Público Federal faça com os outros naquela lista da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) o que está fazendo com o Flávio”, afirmou Janaina ao Estado de S.Paulo.

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O caso

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) deflagrou, no dia 18 de dezembro, uma operação de busca e apreensão em endereços ligados a Flávio Bolsonaro , ao ex-assessor Fabrício Queiroz e a outros ex-funcionários do senador.

A suspeita é de que o filho do presidente chefiava um esquema de desvio de dinheiro dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) , onde atuou como deputado estadual entre 2007 e 2018. Uma loja de chocolates pertencente a Flávio e negócios imobiliários teriam sido utilizados para lavar dinheiro.

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Crítica ao presidente

Durante a entrevista, Janaina Paschoal também questionou a decisão do presidente Jair Bolsonaro de fundar um novo partido, o Aliança Pelo Brasil. “Eu não achei inteligente abrir outro partido nesse momento e dividir sua base. Mas também disse que, se o presidente saísse do PSL, com a base e a ideia de governar para todos, eu o apoiaria. Ele nunca se ligou em partido, então acho que abrir esse Aliança (pelo Brasil) é trair a própria história”, avaliou a deputada.