Criticada por Carlos Bolsonaro, comunicação do governo se mostra "bela porcaria"

Secom discrimina empresas de comunicação e oferece verbas públicas só às "empresas de mídia convertidas ao bolsonarismo”, como são identificadas

Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Fábio Wajngarten, chefe da Secom do governo

Muito se tem criticado os filhos do presidente por suas opiniões enviesadas, suas análises inconsistentes e suas falas infames, mas desta vez o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, acertou na mosca. Ele disse em um Twitter recentemente que a “comunicação do governo é uma bela porcaria”. Não poderia ter sido mais certeiro do que isso.

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Não resta dúvidas de que a comunicação governamental, dirigida pelo secretário da Secom (Secretaria de Comunicação), Fábio Wajngarten, é realmente uma “bela porcaria”, como diz Carluxo, o filho 02 de Bolsonaro . Afinal, a Secom discrimina empresas de comunicação, oferecendo verbas públicas apenas às empresas que falam bem do governo, ou como ele mesmo diz, “empresas de mídia convertidas ao bolsonarismo”.

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Isso significa dizer que Wajngarten desrespeita qualquer norma técnica de usar as verbas públicas de publicidade – sim, públicas, e não dele ou do mandatário da presidência – de acordo com os requisitos legais de indicadores de audiência, a chamada mídia técnica.

Ele mesmo disse no seu Twitter que iria fazer de tudo para “quebrar” as empresas tradicionais de mídia, como as revistas, deixando milhares de pessoas sem emprego. E já ameaçou até a TV Globo de não renovar a concessão em 2022. E, pior, ameaçou cortar as assinaturas de jornais, como a Folha de S. Paulo, que são isentas na cobertura jornalística do que acontece no Palácio do Planalto.

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Por tudo isso, a conclusão a que Carlos Bolsonaro chegou, de que a comunicação do governo é “uma bela porcaria”, é a mesma a que chegaram vários executivos que dirigem as empresas de comunicação, perseguidas pelo governo Bolsonaro, tendo Wajngarten à frente da Secom.