STF forma maioria para órgãos de inteligência compartilharem dados fiscais

Seis ministros da Corte já decidiram que informações podem ser enviadas sem autorização da Justiça ao MP, mas os limites não foram definidos

Julgamento sobre dados sigilosos será retomado nesta quinta (28)
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Julgamento sobre dados sigilosos será retomado nesta quinta (28)

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira (27) para que órgãos de inteligência e controle, como Receita Federal , o antigo Coaf (atual UIF, Unidade de Inteligência Financeira) e o Banco Central , compartilhem dados fiscais sigilosos com o Ministério Público sem autorização judicial. Seis ministros já deram seus votos, mas os limites para esse entendimento ainda não foram definidos.

O julgamento foi suspenso e será retomada na tarde desta quinta-feira (28) e, embora os ministros admitam o compartilhamento, houve divergência entre o relator Dias Toffoli e os demais em relação aos dados da Receita Federal e do antigo Coaf.

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Na sessão desta quarta, os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux acompanharam o voto divergente do ministro Alexandre de Moraes. Moraes defende que todos os dados da Receita, incluindo extratos bancários, podem ser compartilhados com investigadores, sem restrições. O voto do ministro Dias Toffoli tem restrições a esse tipo de compartilhamento.

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Em relação ao antigo Coaf, todos os ministros que votaram até agora entendem que o compartilhamento é possível. Somente Dias Toffoli votou no sentido de não permitir que o Ministério Público requisite dados de quem não é investigado e envie por e-mail esses dados. Segundo o presidente do Supremo, esses dados não podem servir como prova judicial.