O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), convocou nesta sexta-feira (22) a união dos líderes da América Latina para combater os governos liberais nos países. O petista discursou durante o Congresso Nacional do PT, que aconteceu na Casa de Portugal, localizada no centro da capital paulista. A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) esteve presente, assim como a atual presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
"Os graus de liberdades se estreitaram. O desafio é colocar na ordem do dia dos nossos países o combate à pobreza. Não podemos abdicar da nossa vocação de transformar para melhor a nossa região. Há especificidades de cada país, mas não podemos abdicar de um projeto ousado de unificação ", disse Haddad.
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Imagens dos ex-presidentes Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva ao lado de líderes internacionais como Cristina e Nestor Kirchner, Evo Morales, Hugo Chaves, Bill Clinton e Barack Obama eram projetados em um telão ao fundo, enquanto Haddad discursiva.
O apoio de líderes internacionais de esquerda durante o período em que Lula esteve na prisão foi motivo de agradecimentos de Gleisi Hoffmann , que discursou após o ex-prefeito de São Paulo.
A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) disse no evento que o governo de Bolsonaro é "neofascista" em seu discurso de quase meia hora a dirigentes e militantes da sigla. A polarização política é vista por Rousseff como decorrente da desigualdade social e da concentração de renda no país.
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"A diferença do Brasil para outros países é que aqui o neofascismo tomou o governo. Não inventamos a polarização. Se você está excluído da riqueza do país, como não ter polarização? A polarização é dada pelas circunstâncias que temos para lutar", exclamou a petista.
O ex-ministro de Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana , disse que uma das razões do triunfo da esquerda na Argentina foi a construção da unidade.
"Há que se unir até que doa", afirmou Taiana, que hoje atua como deputado do Parlamento do Mercosul. Ele reforçou ainda que a unidade não é homogênea, mas com matizes. "Temos que construir uma força política ampla, flexível e unida em pontos centrais que nos permitam retomar nosso projeto na América Latina", comentou.