Em meio a uma crise no PSL, aliados do presidente Jair Bolsonaro estariam desenterrando uma antiga investigação sobre o presidente do partido, Luciano Bivar. Ele seria um dos principais suspeitos na morte da massagista Claudete Maria da Silva, sua namorada nos anos 1980. As informações são da revista Veja.
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Em 3 de outubro de 1982, uma matéria publicada em um jornal de Pernambuco informava que o corpo de Claudete havia sido encontrado boiando no rio Capibaribe, no Recife, com água nos pulmões e sinais de afogamento. Na época, a vítima estava grávida de 8 meses. Um trecho da nota afirma que o principal suspeito pela polícia era o advogado Luciano Bivar .
O inquérito não chegou a nenhuma conclusão sobre a autoria do crime e Bivar negou que conhecesse a massagista. No entanto, horas antes de desaparecer, Claudete teria dito a uma amiga que iria se encontrar com o pai da criança, um advogado casado, rico e membro de uma família influente no estado. Os legistas concluíram ainda que o corpo tinha sinais de violência, hematomas nos braços e no rosto.
Em entrevista à Veja , a irmã da vítima, que não quis ter o nome divulgado, confirmou o relacionamento de Claudete e Bivar, mas conta que o casal se afastou após a gravidez. “Tudo o que queríamos era enterrar o corpo. Esse caso envolve muita gente poderosa. Minha mãe passa mal sempre que se fala sobre o assassinato da minha irmã, e ainda temos muito medo”, afirmou. Pouco tempo antes da morte de Claudete o agora presidente do PSL teria voltado a procurá-la para reatar.
De acordo com a Veja
, bolsonaristas estão empenhados em colher documentos e depoimentos de testemunhas que possam levar à reabertura do caso. O presidente da Embratur, Gilson Machado, afirma ter sido o primeiro a contar a Bolsonaro sobre o suposto envolvimento de Bivar na morte da massagista. “Todo mundo com idade sabe que as suspeitas recaíam sobre o Bivar. Ele [Bolsonaro] também soube por outras pessoas porque é uma história muito conhecida no Recife. Não fui o único", relatou.
O empresário diz ainda que Bivar ameaçou tirar Bolsonaro do PSL caso ele não fosse seu vice, mas que o embate foi resolvido após Machado entregar um dôssie ao então candidato a presidente com as informações sobre o caso de Claudete.
Ainda de acordo com a revista, o coronel aposentado da Polícia Militar Luiz de França e Silva Meira, amigo de Bolsonaro e desafeto de Bivar, procurou promotores e policiais da época e concluiu que a elucidação do crime foi impedida por "interferências políticas".
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Meira afirma que a irmã e a mãe de Claudete não foram procuradas pela polícia durante as investigações do crime. “Bivar usou a influência política que já tinha na época para que o inquérito não seguisse seu curso normal. A polícia investigou mal, testemunhas importantes deixaram de ser ouvidas e o nome do deputado misteriosamente desapareceu do processo”, afirma o policial, que levou as informações a Machado e Bolsonaro. Bivar não quis comentar o caso.