STF nega prisão temporária de Dilma Rousseff após pedido da PF

Medida foi negada pelo ministro Edson Fachin, relator do caso na Corte

Dilma teve pedido de prisão negado no STF
Foto: Clarissa Neher/Deutsche Welle
Dilma teve pedido de prisão negado no STF

A Polícia Federal pediu, mas foi negado pelo ministro Edson Fachin , do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão temporária da ex-presidente Dilma Rousseff, do ex-ministro Guido Mantega , do ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Regô , do ex-senador Eunício de Oliveira (MDB-CE) e outros seis investigados a partir da delação da JBS.

A ex-presidente foi intimada na manhã desta terça-feira (5) a prestar esclarecimentos sobre o caso. Um delegado foi até a residência de Dilma em Porto Alegre e entregou a intimação à ex-presidente.

Os pedidos foram formulados no âmbito de um inquérito que apura a “compra e venda” do apoio político do MDB em benefício do PT nas eleições presidenciais de 2014.

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As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud , delator do caso J&F, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado .

Em sua delação, Saud disse ter havido pagamento de cerca de R$ 46 milhões a senadores do MDB a pedido do PT para compra de apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 e garantir a aliança entre os dois partidos.

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Machado, por sua vez, relatou repasses de R$ 40 milhões por parte do grupo J&F a senadores do MDB, a pedido do então ministro da Fazenda Guido Mantega, como forma de “comprar o apoio político” do MDB. O  inquérito foi aberto por Fachin em 14 de maio do ano passado.

Por meio de nota, a defesa de Dilma Rousseff classificou como "estarrecedora" a notícia de que a Polícia Federal pediu a prisão da ex-presidente.

"O pedido de prisão é um absurdo diante do fato de não ser ela mesma investigada no inquérito em questão. E autoriza suposições várias, entre elas que se trata de uma oportuna cortina de fumaça. E também revela o esforço inconsequente do ministro da Justiça, Sérgio Moro no afã de perseguir adversários políticos. Sobretudo, torna visível e palpável o abuso de autoridade", diz a nota.