Reação contundente da sociedade fez Eduardo Bolsonaro recuar, diz Barroso

Em palestra para comunidade judaica em São Paulo, o ministro do STF afirmou que existe uma "onda autoritária" hoje no mundo

Foto: Fellipe Sampaio I SCO
Ministro Barroso participou de evento com a comunidade judaica em São Paulo

O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) Luís Roberto Barroso disse ter ficado surpreso com a resposta pública sobre a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro sobre o AI-5. Em palestra na 50ª Convenção Nacional da Confederação Israelita do Brasil, realizada no Clube Hebraica em São Paulo neste domingo, o magistrado afirmou que a "reação contundente" da sociedade fez o parlamentar recuar e pedir desculpas.

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"Me chamou a atenção a reação da sociedade. Foi muito contundente, a ponto de o parlamentar voltar atrás", declarou Barroso. Barroso comentava que existe atualmente "uma onda autoritária no mundo", cuja singularidade foi tratada no livro "Como as democracias morrem", de autoria de Steven Levistky e Daniel Ziblatt.

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"No nosso tempo, as democracias feneciam nas mãos de lideres militares. Agora a erosão democrática vem de líderes eleitos. Mas eu acho que a democracia brasileira é bastante resiliente e tem resistido ao longo dos anos a momentos de muitas dificuldades. Não foram tempos banais estes 30 anos de democracia brasileira", disse Barroso. "Eu acho que, embora o livro da temporada seja 'Como as democracias morrem', acho que no Brasil a gente poderia escrever o livro 'Como as democracias resistem'".

O ministro evitou comentar a falta de uma resposta institucional imediata por parte do Supremo logo após à declaração de Eduardo Bolsonaro se tornar pública. Ele afirmou que "quem fala em nome do Supremo é o presidente ou o decano". O presidente do STF , Dias Toffoli, ainda não comentou a declaração de Eduardo.

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A afirmação de Eduardo Bolsonaro foi feita durante uma entrevista à jornalista Leda Nagle, veiculada em seu canal no YouTube na última quinta-feira. Após as críticas recebidas, o deputado foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro e gravou um vídeo pedindo desculpas.