Em meio à crise com o PSL e ao lado do governador do Rio, Wilson Witzel, o presidente Jair Bolsonaro disse que o partido dele é o Brasil e que possui inimigos dentro e fora do país. A declaração foi feita durante rápido discurso na tarde desta sexta-feira, durante cerimônia de conclusão da etapa final de construção do submarino Humaitá (SBR-2), no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio. Ao assumir o microfone no encerramento da solenidade, o presidente falou por pouco menos de quatro minutos. Ele abriu o discurso com uma citação bíblica e disse que os inimigos de dentro do país são "os mais terríveis": "O meu partido é o Brasil. Temos inimigos dentro e fora do Brasil. Os de dentro são os mais terríveis. O de fora, nós venceremos com tecnologia, disposição e meios de dissuasão".
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Logo após, Bolsonaro destacou a soberania da Amazônia. "Quando o Brasil sofria um ataque sobre a dúvida da soberania na Amazônia , eu tive a grata satisfação de, em nome do Brasil, ir na ONU falar para todo o mundo que a Amazônia é nossa e que é patrimônio do Brasil. Mas para garantirmos isso, precisamos de meios: homens e mulheres preparados e com vontade de servir a sua pátria. O destino do nosso Brasil, quem o fará seremos todos nós, juntos e unidos. Lá fora, cada vez mais pensam em nos colocar em uma situação de colonizados. Não permitiremos isso, porque acreditamos no povo brasileiro".
Saia justa
Durante a solenidade, o presidente pouco interagiu com o governador do Rio, mesmo sentado ao lado dele. Bolsonaro conversou com alguns dos convidados, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. No entanto, não trocou palavras com Witzel. O clima tenso entre os dois ficou evidente após discurso do ex-juiz. Diferentemente de que fez com outros convidados da cerimônia, o presidente não se levantou e deu apenas um rápido aperto de mão no governador para logo virar o rosto.
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Em seu discurso , o presidente disse, sem citar nomes, que a próxima pessoa que assumir a Presidência deve governar o país "de forma ética, moral e sem covardia".
"Trabalho para que, no futuro, quem por ventura de forma ética, moral e sem covardia um dia venha assumir o destino na nação encontre a nossa pátria numa situação bem melhor do que a encontrei, quando assumi no corrente ano. Eu só peço que eu tenha vida, coragem, força e sabedoria com meus ministros, amigos e amigas para a gente ter boas politicas e colocar o paós no lugar de destaque que ele merece", disse Bolsonaro .
Além do governador do Rio e os ministros da Economia e da Defesa, também participou da cerimônia o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
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O evento celebrou a junção das cinco seções do submarino. A embarcação é a segunda das quatro previstas no Programa de Desenvolvimento do Submarino (PROSUB). A integração do Humaitá começou no dia 17 de abril. Os próximos submarinos a serem construídos no programa serão Tonelero e Angostura. Antes de começar o evento, o presidente visitou a embarcação Riachuelo, a primeira do PROSUB.