A 1º turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou parcialmente uma denúncia feita pela Procuradoria Geral da República (PGR ) contra o líder do PP na Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL). A decisão transforma Arthur Lira em réu no STF. A decisão ocorreu na tarde desta terça-feira. O parlamentar foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter aceitado em 2012 dinheiro de propina paga pelo então presidente Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) Francisco Colombo, mas a 1ª turma do STF aceitou apenas a denúncia pelo crime de corrupção passiva.
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Dos cinco ministros da turma, apenas três estavam presentes: Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, e Alexandre de Moraes. Os três votaram pelo recebimento parcial da denúncia.
De acordo com a acusação, Lira aceitou propina de R$ 106 mil paga por Colombo em troca do apoio político do parlamentar para que ele fosse mantido no cargo. Segundo a denúncia, que usa informações da colaboração premiada do doleiro Alberto Youssef, o dinheiro pago por Colombo foi apreendido pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em 2012.
A apreensão ocorreu no momento em que o então assessor de Lira, Jaymerson José Gomes, tentava embarcar em um voo. A polícia desconfiou de Gomes e constatou que ele carregava R$ 106 mil presos ao corpo, inclusive dentro das meias.
O advogado de Lira, Pierpaolo Bottini, sustentou que não há indícios de que o dinheiro apreendido com Gomes fosse resultado do pagamento de propina e nem que Lira tivesse conhecimento de que o então assessor estivesse viajando para transportar esse valor. Bottini disse que, apesar de a passagem de Gomes ter sido comprado com o cartão de crédito de Lira, o deputado não sabia da viagem e que, ao tomar conhecimento do caso, o deputado o teria demitido no dia seguinte.
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Lira já é réu em outro processo, que teve a denúncia recebida pela Segunda Turma do STF em junho. Ele, os deputados Eduardo da Fonte (PP-PE) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente da legenda, respondem à acusação de integrar uma organização criminosa, no caso conhecido como "quadrilhão do PP".