"É sinal que eles fazem sua parte", diz Bolsonaro sobre PMs que matam em serviço

Presidente reclamou do 'ativismo' em órgãos da Justiça, no MP ou na política para transformar as mortes cometidas por policiais em execuções

Foto: Alan Santos/PR
Bolsonaro participou do lançamento do pacote anticrime nesta quinta-feira

Em discurso durante a cerimônia de lançamento da campanha publicitária do pacote anticrime , no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (3), que o chamado " auto de resistência " é sinal que os policiais estão fazendo seu trabalho.

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Bolsonaro citou um exemplo hipotético de um agente que tem 20 autos de resistência e "tinha que ter 50". Ele reclamava do que chamou de ativismo em órgãos da Justiça, do Ministério Público ou na política para transformar mortes cometidas por policiais em execução.

"É doloroso você ver um policial , chefe de família, preso por causa isso. Muitas vezes a gente vê que um policial militar, que é mais conhecido, né, ser alçado para uma função e vem a imprensa dizer que ele tem 20 autos de resistência . Tinha que ter 50! É sinal que ele trabalha, que ele faz sua parte e que ele não morreu. Ou queria que nós providenciássemos empregos para a viúva ?", comentou Bolsonaro.

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O presidente relatou ter visitado diversas vezes o presídio da Polícia Militar em Benfica, no Rio, e conversado com agentes da segurança que integravam o comando da unidade e policiais e bombeiros presos. Ele contou que tinha "não mais do que o sentimento, a certeza" de que lá dentro havia muitos inocentes.

"Tinha culpado? Tinha. Mas também tinha muito inocente . Basicamente por causa de quê? Excesso. Pode de madrugada, na troca de tiro com o marginal, se o policial dá mais de dois tiros, eles ser condenado por excesso? Um absurdo isso daí. Mais ainda, o ativismo em alguns órgãos da justiça, do MP, né, na politica buscar cada vez mais transformar cada vez mais auto de resistência em execução. É doloroso você ver um policial, chefe de família, preso por causa disso", afirmou.

Segundo o presidente, a situação tem que deixar de acontecer a partir da mudança da legislação. Ele declarou que ninguém quer impor nada, mas mudar o arcabouço jurídico para para que a lei "seja temida pelos marginais e não pelos cidadãos de bem".

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Após o discurso de Bolsonaro , último a falar no evento, Moro foi questionado pelo Globo sobre a declaração do presidente e não respondeu, subindo a rampa do Salão Nobre do Palácio do Planalto para comparecer a uma festa de aniversário surpresa do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.