Doria critica discurso de Bolsonaro na ONU: "inadequado" e "inoportuno"
Governador de São Paulo disse que houve falta de bom senso do presidente e a fala teve "péssima" repercussão internacional
Por Agência O Globo |
24/09/2019 16:22:44Um dos principais aliados de Jair Bolsonaro na campanha eleitoral do ano passado, o governador João Doria atacou fortemente o discurso feito pelo presidente, nesta terça-feira, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas ( ONU ) Segundo o tucano, o discurso de Bolsonaro foi inadequado e inoportuno , além de, segundo ele, ter tido uma "péssima" repercussão internacional. Doria disse ainda que faltaram "bom senso e humildade" ao presidente enquanto se dirigia a outros líderes mundiais.
"Primeiro, inadequado. Segundo, inoportuno. Terceiro, sem referências que pudessem trazer respeitabilidade e confiança no Brasil no plano ambiental, no plano econômico e no plano político. Quarto, péssima repercussão internacional. As agências noticiosas do mundo inteiro repercutindo pessimamente a intervenção do presidente na Assembleia Geral das Nações Unidas. Quinto, lamento que o presidente Jair Bolsonaro tenha perdido mais uma oportunidade para o Brasil, o país para o qual ele foi eleito para representá-lo bem. E sexto, faltou bom senso e faltou humildade", declarou Doria.
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O governador de São Paulo é apontado como eventual candidato à eleição presidencial de 2022, provavelmente numa disputa contra Bolsonaro, caso o presidente decida tentar a reeleição. Doria decidiu atacar o discurso de Bolsonaro após uma agenda de governo.
Bolsonaro abriu os debates gerais da ONU para tentar reverter a imagem negativa de seu governo no exterior. O discurso era cercado de expectativas, após o presidente brasileiro protagonizar polêmicas com outros líderes mundiais e a má repercussão dos incêndios na Amazônia.
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Numa fala agressiva, o líder brasileiro atacou Cuba, Venezuela , França , Alemanha, o socialismo, o Foro de São Paulo e a mídia. Ele não reconheceu o aumento das queimadas na Amazônia , manteve o tom de confronto com líderes europeus, defendeu o livre comércio e a recuperação da economia brasileira, fez aceno aos militares e evidenciou sua proximidade com os Estados Unidos de Donald Trump .