O ex-senador Aloysio Nunes ( PSDB ) foi apontado como o coordenador de esquemas de propinas do partido em esquema com a empreiteira OAS, de acordo com delação do ex-presidente da empresa, Leó Pinheiro. De acordo com dados obtidos pela Folha em parceria com o The Intercept , Pinheiro teria apontado que Nunes tinha papel central no repasse de verbas da empreiteira para campanhas do partido.
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Nos documentos, Aloysio Nunes é citado como solicitante de repasses em troca da liberação de verbas em obras da prefeitura e do Governo de São Paulo. De acordo com Léo Pinheiro, os pedidos aconteceram nas campanhas de 2006 e 2010, tanto dele como de Serra.
A informação é divulgada dias depois de Pinheiro sair da prisão na última terça-feira (17). Em sua delação, ele ainda afirma que os pagamentos eram feitos em espécie a nomes indicados por Aloysio. Entre as obras que sofreram desvios de verbas estão a Linha Amarela do Metrô, a ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira e a Rodovia Carvalho Pinto.
Ainda em sua delação, Léo Pinheiro teria dito que o envolvimento com Nunes começou em 2005, após Serra se tornar prefeito. O esquema continuou depois que ele deixou a prefeitura e Kassab assumiu o cargo, em 2006.
Aloysio Nunes deixou o cargo que ocupava na atual gestão do Governo de São Paulo em fevereiro, após ser investigado na 60ª fase da lava-Jato. Ele negou que tenha pedido propina e disse que os valores eram referentes a doações de campanha, feitos legalmente.