Alexandre Frota pode ser convocado a prestar depoimento na CPI das Fake News
Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Alexandre Frota pode ser convocado a prestar depoimento na CPI das Fake News


O PT quer convidar o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) para prestar depoimento à CPI das Fake News . Depois de ter participado da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência, ele se indispôs com o presidente e o PSL este ano e, em agosto, foi expulso do partido ao se abster na votação do segundo turno da reforma da Previdência.

 No requerimento, a deputada Luizianne Lins (PT-CE) argumenta que Frota "obteve destaque no ativismo digital político em nosso país nos últimos anos".

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"Polêmico, passou a debater inclusive sobre as condutas dos atores políticos nacionais nas redes sociais. O parlamentar demonstra-se conhecedor dos bastidores da produção de informações políticas para a internet, inclusive daquelas que poderiam ajudar nos trabalhos desta CPMI, de forma que entendemos ser importante a sua vinda para colaborar com o processo investigativo", diz a deputada.

Para Frota ser convidado, o requerimento precisa ser aprovado pelo colegiado.

Para além da justificativa oficial, o PT tem a expectativa de ver Frota disparando contra Bolsonaro. Em agosto, ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ao ser questionado sobre o suposto impulsionamento de notícias mentirosas na campanha de Bolsonaro, o deputado disse que sabia do método.

"Sabia que era um jogo de campanha. (…) Faz parte do jogo. É um jogo sujo”, disse Frota.

Um dos objetivos da CPI das Fake News é investigar o uso de fake news nas eleições de 2018. O PSL teme que o único desejo da comissão seja atingir Bolsonaro. Com isso, preparou um "kit obstrução" para tentar impedir o funcionamento da comissão.

Na última reunião, esta semana, deputados do PSL conseguiram derrubar o encontro sem a votação do plano de trabalho da relatora, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA).

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fazem parte do colegiado. A definição da estratégia de usar o regimento para dificultar o trabalho do grupo foi da deputada Caroline de Toni (PSL-SC). Na última reunião, ao reclamar do presidente da comissão, Ângelo Coronel (PSD-BA), ela disparou:

— A nossa obstrução na comissão passada foi realizada como um direito regimental que, inclusive, a oposição utiliza muito em várias comissões da Casa, do Senado e da Câmara. E é nosso direito. Então, se é direito, deve ser respeitado. Inclusive, vossa excelência, não enfrentou nessa última resposta à questão de ordem os mais de vinte requerimentos de obstrução que nós fizemos! Onde estão? Eles evaporaram? Porque estavam ali sobre a mesa. E agora não queriam receber o nosso kit obstrução.

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