Flávio Bolsonaro articula fim da Lava Toga após ajuda pela decisão de Toffoli

Flávio, investigado por suspeita de receber parte do salário dos funcionários quando deputado, foi beneficiado por anulação de processos feita por Toffoli

Foto: Reprodução/Facebook David Miranda
David Miranda afirmou que as movimentações são compatíveis com sua renda familiar

O que é mais suspeito que o R$ 1,2 milhão movimentado na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro? O dobro desse valor. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontou R$ 2,5 milhões em movimentações atípicas na conta de David Miranda (foto), deputado federal pelo PSOL.

O valor teria circulado entre 2 de abril de 2018 e 28 de março de 2019. O político ganhou notoriedade no cenário nacional por ser marido do advogado e jornalista Glenn Greenwald, do “The Intercept Brasil”, e por ter assumido o cargo após a renúncia de Jean Wyllis. David afirmou que o relatório mostra uma quantia compatível com a renda de sua família e disse se tratar de uma retaliação à publicação de mensagens vazadas pelo “Intercept” – o relatório do COAF foi encaminho dois dias após a primeira publicação de mensagens privadas no site, em 11 de junho.

O Ministério Publico pediu a quebra de seu sigilo bancário, negado pela Justiça. Caberá às autoridades averiguar a suspeição. Resta saber se o deputado dará explicações tão esfarrapadas quanto às dadas por Queiroz.

Cigarros eletrônicos e oleosos

Médicos da Universidade de Saúde de Utah podem estar perto de entender a razão da doença respiratória que afeta os fumantes de cigarros eletrônicos. Já são seis mortos confirmados pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA. A descoberta de moléculas cheias de óleo dentro dos pulmões talvez seja a explicação: afinal, os e-cigars funcionam com óleos de essências que são colocados nos dispositivos. Apesar disso, ainda é necessário comprovar como tais gorduras vão parar no interior dos pulmões, exigindo expansão nas pesquisas para compreender de vez a razão do problema.

INTERNACIONAL
A demissão do senhor da guerra

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a demissão do assessor de segurança nacional, John Bolton, pelo twitter. Ele é conhecido como “senhor da guerra” por causa de sua postura na política externa e principalmente por ter arquitetado a Guerra do Iraque. Bolton também era favorável a intervenções militares na Venezuela, na Coreia do Norte e no Irã. O movimento não necessariamente sinaliza que Donald Trump se tornará mais “pacífico” – ele tentou recentemente negociar até com o regime Talibã, do Paquistão. Nas relações com o Brasil, pouco deve mudar. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, esteve em visita ao país na semana passada.

BRASIL
O toma lá dá cá de Flávio

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Flávio Bolsonaro luta contra a Lava Toga

Os movimentos do governo federal estão subindo de patamar, e o fato se escancara quando vemos a família Bolsonaro priorizando os seus interesses pessoais em detrimento dos interesses da República – aliás, de patamar em patamar faz-se a perigosa escalada para herméticas ditaduras.

O senador Flávio Bolsonaro articula para esvaziar a CPI da Lava Toga que quer investigar ministros do STJ e STF. Recentemente, o ministro Dias Toffoli anulou os processos baseados em dados que o Coaf e a Receita repassaram ao MPF porque isso se deu sem ordem judicial. Tal decisão caiu do céu para Flávio: ele estava sendo investigado sob a suspeita de receber parte do salário dos funcionários de seu gabinete quando foi deputado estadual.

SEGURANÇA
Menos assassinatos no Brasil. a que custo?

Pela primeira vez em três anos, o número de mortes violentas caiu no Brasil. De acordo com o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registradas 57.341 mortes em 2018, quase 7 mil a menos do que em 2017 (uma queda de 10,4%). Apesar disso, a polícia está matando mais. Com 6.220 óbitos causados por policiais, houve uma alta de 19,6% em relação ao ano anterior, o que representa quase 11% do total de mortes. A aquisição de armas aumentou em 42% com a circulação de quase 60 mil novos armamentos. É inegável que em certas situações a polícia precisa agir com força letal, mas é preciso questionar até que ponto a escalada de homicídios por policiais é aceitável.

JUVENTUDE
O mal do milênio

Estamos no setembro amarelo, o mês de prevenção ao suicídio, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados alarmantes sobre a questão. Na faixa etária de 15 a 19 anos – os nascidos no terceiro milênio –, o suicídio é a terceira causa de morte mais comum entre o sexo masculino, perdendo para acidentes de trânsito e para a violência. E é uma segunda causa entre o sexo feminino, atrás apenas de complicações na gravidez. O alerta é importantíssimo e a prevenção também. A OMS informa que uma das maneiras mais eficientes de prevenção é evitar o acesso a instrumentos utilizados para o suicídio, como armas de fogo, cordas e venenos.