PSL tenta 'troco' no PSOL em projeto de Marielle na Alesp, mas é derrotado Por iG Último Segundo - com informações da Agência O Globo | 11/09/2019 15:26:15 - Atualizada às 11/09/2019 15:29:15 Home iG › Último Segundo › Política Aprovado na última terça na Assembleia Legislativa de São Paulo, Dossiê Mulher foi idealizado pela vereadora carioca e teve oposição ferrenha do PSL Foto: Divulgação Deputada do PSL, Letícia Aguiar, ao lado de Bolsonaro; ela foi contra PL que pede a elaboração de estatísticas periódicas sobre as mulheres vítimas de violência Um projeto elaborado por Marielle Franco (PSOL-RJ) no Legislativo carioca, e aprovado na última terça-feira (10) na Assembleia Legislativa de São Paulo, acabou servindo de revanche para o PSL contra os adversários de esquerda. Apresentado pela deputada Isa Penna (PSOL) como uma homenagem à vereadora assassinada, o projeto de lei (PL) institui o Dossiê Mulher Paulista , que consiste na elaboração de estatísticas periódicas sobre as mulheres vítimas de violência. Leia também: Carlos Bolsonaro é investigado pelo MP do Rio por uso de funcionários fantasmas Penna disse que sua equipe escolheu a proposta de Marielle por ser um projeto que "deveria ser um consenso na sociedade". "O projeto trata de colher informações básicas e fazer cruzamentos que nos permitem lidar com a violência contra as mulheres, que não é um tipo de crime que o modelo de segurança pública atual está preparado para lidar. Mais de 80% dos casos acontece dentro de casa, então é preciso pensar em políticas públicas", declarou a deputada. O texto, no entanto, recebeu oposição declarada da bancada do PSL . O partido quis "dar o troco" no PSOL pela obstrução feita pelos deputados de esquerda ao projeto de lei de Janaina Paschoal , que garante o parto cesariana por opção da mãe. A polêmica iniciativa da deputada do PSL tramitou em regime de urgência, procedimento que reduz os prazos de tramitação de uma proposição. A estratégia de acelerar a apreciação do projeto desagradou à bancada do PSOL , que julgou ser um debate importante demais para ser tratado com urgência. Deputados contrários ao PL de Janaina Paschoal então travaram uma batalha para dificultar o andamento dos trabalhos, mas não impediram sua aprovação. O líder da bancada do PSL, Gil Diniz , disse ter pedido aos adversários naquela ocasião para que tentassem obstruir o projeto de sua colega quando o documento fosse para as comissões, ou seja, no momento de analisar seu aspecto legal e seu mérito, e não o pedido de urgência. "O PSOL tentou obstruir o requerimento de urgência. Nós pedimos para eles não obstruírem o requerimento, mas sim para obstruírem no mérito. Eles falaram que não, daí eu disse que a gente ia devolver o troco", declarou Gil Diniz. Leia também: Flávio Bolsonaro compartilha post que compara 11 de setembro à facada em seu pai A atuação do pesselistas mirou no atraso dos debates e na apresentação de emendas para dificultar a aprovação do PL. A bancada conseguiu até vetar um trecho do texto que incluía o recolhimento de dados de mulheres transsexuais no sistema, em respeito à identidade de gênero — fato que Isa Penna classificou como uma "derrota política", mas ela diz que não vai fazer diferença. Segundo ela, esse tipo de estatística já é levantado pela Secretaria de Segurança Pública. "É importante destacar que não há implicações orçamentárias nesse projeto, haja vista que as informações já existem e os dados já são colhidos", disse ela. Os deputados Douglas Garcia e Leticia Aguiar , do PSL, fizeram a oposição mais ferrenha ao projeto do PSOL e voltaram a artilharia para a pauta de gênero. Para Garcia, o projeto é "completamente irrelevante" e não ajuda no combate à violência no Brasil, que, segundo ele, afeta muito mais homens do que mulheres. "Eu sou contrária a esse projeto especialmente por causa do parágrafo que cita mulheres transgêneros e transsexuais. Chega a ser bizarro a gente ter que subir nessa tribuna para defender e explicar o óbvio. Mulher é mulher. Homem é homem", declarou Leticia Aguiar. Leia também: Kajuru chama PGR de "goiana canalha" e ataca: "Melhor que Dodge, até um poste" Apesar da obstrução do PSL , o Dossiê Mulher Paulista teve 55 votos favoráveis e 12 contrários. A bancada do PSOL agora deve se encontrar com o governador João Doria para convencê-lo a sancionar o texto. Link deste artigo: https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2019-09-11/psl-usa-projeto-de-marielle-franco-na-alesp-para-dar-o-troco-no-psol.html