O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira (20) que pretende declarar o movimento xiita libanês Hezbollah como uma organização terrorista. A declaração ocorreu após o Paraguai classificar dessa forma o grupo na segunda-feira, depois de a Argentina o fazer em julho.
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“Pretendo fazer isso daí. São terroristas", afirmou Bolsonaro . Além disso, o presidente não viu um risco de a decisão tornar o Brasil alvo de ataques, já que, de acordo com ele, já existem integrantes de grupos terroristas no país. “Existe informação de que têm pessoas deles por aqui também. Tríplice Fronteira, nos grupos de crime organizado. Eles são unidos. Podem não ser muito organizados, mas são unidos” completou.
A ideia faz parte dos esforços de Bolsonaro para criar vínculos mais fortes com o presidente do Estados Unidos, Donald Trump . Entretanto, de acordo com fontes ouvidas pela agência Bloomberg, a medida não seria facilmente implementável devido às particularidades da lei brasileira.
Durante a campanha presidencial do ano passado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), cotado para se tornar embaixador brasileiro em Washington, já havia defendido uma posição mais dura contra o Hezbollah e o palestino Hamas.
Ainda assim, classificar o Hezbollah como uma organização terrorista poderá dificultar as relações de Brasília com o Irã, aliado do movimento xiita que importa cerca de US$ 2,5 bilhões (aproximadamente R$ 10 bilhões) por ano em produtos brasileiros, e com a influente comunidade libanesa no Brasil. Membros do governo temem que a medida transforme o país em alvo de terroristas.