O presidente Jair Bolsonaro (PSL) confirmou, nesta quinta-feira (15), que pode manter uma interinidade na Procuradoria-Geral da República ( PGR
) até escolher um nome adequado
para o cargo. O chefe do Executivo, que previa fazer o anúncio até amanhã, afirmou que não vai estipular um novo prazo para não ser acusado de recuar em suas decisões.
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"Não tem prazo, não, porque senão vão dizer que estou recuando o tempo todo. Não tem prazo, eu até estou muito feliz com o que vem acontecendo na PGR. Não temos nenhum problema se porventura até a data prevista não tiver uma pessoa exercendo efetivamente essa função", disse Bolsonaro , após participar da entrega da Medalha do Mérito Mauá, condecoração do Ministério da Infraestrutura.
O mandato da atual procuradora-geral, Raquel Dodge
, termina no dia 17 de setembro. De acordo com auxiliares do presidente, o ideal era que a escolha fosse feita até um mês antes
do fim período de Dodge no cargo para que houvesse tempo hábil de aprovar o nome no Senado e evitar uma interinidade no cargo.
Nos bastidores, citava-se a possibilidade de que Bolsonaro não irá indicar um nome ao comando da PGR e pretende deixar a instituição sob a chefia de um subprocurador interino.
Pela legislação, o nome que assume interinamente o cargo de procurador-geral da República é o vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, que atualmente
é o subprocurador Alcides Martins
, eleito na última sexta-feira.
Seu perfil agradou Bolsonaro: discreto e moderado, Alcides havia votado favoravelmente à indicação do procurador Ailton Benedito para a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Essa
indicação, porém, acabou sendo barrada pelo Conselho Superior. Chefe da Procuradoria da República de Goiás, Ailton é alinhado a teses conservadoras e era um nome desejado por
Bolsonaro para a comissão.