Cabo eleitoral dos mais dedicados ao presidente Jair Bolsonaro no ano passado, o deputado Alexandre Frota, eleito por São Paulo, foi expulso do PSL nesta terça-feira. O argumento da deputada é que Frota tem demonstrado estar cada vez mais alinhado ao PSDB, postura identificada por ela nos ataques do colega a Bolsonaro e ao senador Major Olímpio , líder do partido no Senado.
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Na quarta-feira passada, Frota (SP) não votou a favor da reforma da Previdência em segundo turno. A proposta foi aprovada por 370 votos a favor, 124 contra e uma abstenção. O único deputado presente que marcou abstenção foi Frota.
Filiado à sigla desde março do ano passado, Frota viveu uma “lua de mel” com os colegas antes de começar a criticar publicamente as ações do governo e a postura da bancada do PSL no Congresso. Sua chegada ao partido, por exemplo, foi precedida por um convite público de Bolsonaro, em tom de brincadeira, para que ele ocupasse um ministério.
"Olá, Frota. Parabéns, felicidades, tá ok? Se você quer me ver presidente um dia, eu quero te ver ministro da Cultura. Já imaginou?", disse o então pré-candidato à Presidência da República em um vídeo publicado pelo próprio Frota em março de 2018.
A relação com o ministro Paulo Guedes (Economia) também foi de harmonia durante a tramitação da reforma da Previdência na Câmara. Frota se empenhou para mobilizar parlamentares a favor da reforma, virar votos e tentar blindar Guedes de críticas. O comportamento dele foi elogiado pelo ministro e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Sem cessar fogo
As trocas públicas de afeto, no entanto, minguaram recentemente. Frota passou a criticar Bolsonaro por atitudes das quais discorda, entre elas, , a provável indicação do filho Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Sobre esse tema, ele publicou uma carta aberta direcionada ao presidente, finalizada com a frase “o Brasil está acima de tudo, inclusive dos benefícios familiares e das ambições pessoais”.
Na lista de críticas, Frota reclamou do presidente não ter apresentado recurso no processo que declarou inimputável Adélio Bispo, autor de um atentado à faca contra ele. Disse que Bolsonaro deveria dar um “esporro” no ideólogo de direita Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo. E se recusou a endossar as convocações para protestos favoráveis ao governo.
Há duas semanas, Frota compartilhou reportagem do jornal O Globo sobre os 102 assessores com laços familiares empregados por Bolsonaro e pelos filhos desde 1991, quando o presidente se elegeu pela primeira vez para deputado federal. No mesmo dia, disparou contra Carla Zambelli e disse que ela faz “ativismo infantil” ao criticá-lo por se aproximar do governador de São Paulo, João Doria, do PSDB.
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O tom das críticas foi ainda mais contundente em relação a Major Olímpio. Frota disse que o senador instalou uma “milícia de ex-PMs” no PSL. Irritado, Olímpio foi ao Conselho de Ética do partido para reclamar de Frota. A briga resultou na articulação para que Frota seja expulso.