Bolsonaro veta projeto que estabelecia prazo para julgar decisões provisórias

Casa Civil considera inconstitucional proposta que determinava que medidas cautelares de algumas ações teriam que ser confirmadas em até um ano

Jair Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR - 7.8.19
Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro vetou um projeto de lei que estabelecia prazo de até um ano para o julgamento do mérito de medidas cautelares (ou seja, provisórias) concedidas em determinados tipos de ações. Bolsonaro seguiu um parecer da Casa Civil que considerou a proposta inconstitucional. O projeto havia sido aprovado pela Câmara em março e pelo Senado em maio.

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O veto de Bolsonaro foi comunicado ao Senado em mensagem publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (12). De acordo com a Casa Civil, o projeto "contraria o interesse público e fere o princípio da segurança jurídica", porque uma pessoa que obteve uma decisão favorável em um processo considerado urgente poderia ser prejudicada com a derrubada dessa decisão, mesmo sem ter responsabilidade pelo desrespeito do prazo.

Pelo texto, seria concedido inicialmente um prazo de 180 dias, que poderia ser prorrogado por mais 180 dias, para o julgamento do mérito das cautelares. O projeto se aplicava a três tipos de ações: mandado de segurança, ação direta de inconstitucionalidade (Adin) e arguição de descumprimento de preceito fundamental. As duas últimas só são julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Outros projetos que restringem a atuação do Judiciário estão em tramitação no Congresso. Está pronta para ser votada no plenário do Senado, por exemplo, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que proíbe magistrados de tomarem decisões individuais que suspendam leise atos normativos e que estipula um prazo de quatro meses para a devolução de um pedido de vista. Se aprovado, o projeto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados.