"Se excesso jornalístico desse cadeia, vocês estariam presos", diz Bolsonaro

Presidente fez afirmação ao comentar proposta de não punir policiais que matem em serviço, chamada de excludente de ilicitude, ao lado de Moro

Foto: Carolina Antunes/PR - 30.7.19
'Se excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos', diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta sexta-feira (9) a jornalistas que, se "excesso jornalístico desse cadeia", todos eles estariam presos. A fala ocorreu durante entrevista coletiva na saída do Palácio da Alvorada, quando Bolsonaro comentava a proposta de não punir policiais que matem em serviço, chamada de excludente de ilicitude.

"Se o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos agora, tá certo?", afirmou Bolsonaro .

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Antes, Bolsonaro havia sido questionado se o excludente de ilicitude também se aplicaria a policiais que atirassem a esmo e acertassem, por exemplo, uma criança, e respondeu que iria pedir para o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), convidar o repórter para subir uma favela "sem atirar".

"Eu me dou bem com o governador Witzel. Vou entrar em contato com ele hoje, eu não vou, para convidar você para subir o morro com o policial sem atirar. Não é atirar a esmo. Mas subir o morro, conflagrado, tomado pelo tráfico, onde esses policias tem que resgatar um colega que está detido lá, sem atirar", disse.

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O repórter insistiu em saber se o excludente se aplicaria para policiais que matarem inocentes, e o ministro da Justiça, Sergio Moro , que estava ao lado de Bolsonaro, afirmou que eventuais erros serão apurados.

"Se acontece um erro, um acidente, isso vai ser apurado. O criminoso tem que ser preso, não ser morto. Evidentemente que, se aconteceu isso, o policial não tinha intenção de cometer um crime. Tem que ser apurado se ele tem que pagar ou não por esse erro", ponderou.

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Moro seguiu explicando sua proposta de excludente de ilicitude, até que Bolsonaro o interrompeu e fez a fala sobre os "excessos jornalísticos".