"Com o PT tinha um diálogo cabuloso", diz líder do PCC em conversa grampeada
Áudios obtidos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Cravada flagram criminosos criticando o Moro e elogiando a abertura com gestão anterior
Por iG Último Segundo |
09/08/2019 07:48:01A Polícia Federal grampeou, no âmbito da Operação Cravada, conversas entre membros da organização criminosa PCC. Os áudios obtidos pela investigação mostram um dos líderes da facção elogiando a abertura que o crime organizado tinha com o Partido dos Trabalhadores, logo após criticar a atuação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
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"Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão", diz Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como ‘Elias’. De acordo com a investigação, ele atua como espécie de "tesoureiro" do PCC e também participa da hierarquização da facção, sendo assim um dos líderes da organização.
"Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse Moro aí, esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar", continua Elias, criticando a falta de abertura do crime organizado com o ministro da Justiça e Segurança Pública.
Logo após criticar Moro, o criminoso faz comentários elogiosos sobre o suposto "diálogo" que a facção teria com o PT . “Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano. Mas o PT, ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa, mano", explicou Elias, em conversa com André Luiz de Oliveira, conhecido como "Salim.
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Em nota, o Partido dos Trabalhadores negou as acusações e aproveitou para atacar a Polícia Federal e o ministro Sergio Moro:
"Esta é mais uma armação como tantas outras forjadas contra o PT, e vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas. Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra ele", escreveu o partido.
Na última terça-feira (6), a Polícia Federal cumpriu 30 mandados de prisão e outros 55 de busca e apreensão São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Acre e Roraima no âmbito da Operação Cravada. De acordo com a investigação, o objetivo da operação é atacar o núcleo financeiro de uma das maiores facções criminosas do País, como é o caso do PCC
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