O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) entrou com uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar quer que o capitão da reserva faça um ressarcimento aos cofres públicos do dinheiro gasto para levar familiares ao casamento do filho Eduardo a bordo do avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
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"Acionamos a Justiça para Bolsonaro devolver o dinheiro público q utilizou para transportar sua família em helicóptero da FAB e pedimos informações sobre quantas vezes isso se repetiu. Espero que tenham o mesmo ânimo para responder à Justiça como tiveram para gravar vídeo zombando do povo", escreveu Randolfe Rodrigues no Twitter.
Após ser acusado de utilizar a aeronave para dar carona aos parentes, o presidente se defendeu: "Fui no casamento do meu filho. Minha família da região do Vale do Ribeira estava comigo. Eu vou negar o helicóptero e mandar de carro? Não gastei nada além do que já ia gastar", afirmou Bolsonaro .
O fato ficou conhecido quando o sobrinho de Bolsonaro, Osvaldo Bolsonaro Campos, filho de Maria Denise Bolsonaro, uma das irmãs do presidente, divulgou um vídeo de 24 minutos nas redes sociais em que mostra o grupo com trajes de festa a caminho do casamento do filho do presidente em Santa Teresa, no Centro do Rio. Após a divulgação das imagens pela imprensa, o vídeo foi apagado.
"Saiu a caravana do Vale do Ribeira direto para o Rio de Janeiro. Vamos, caravana", diz Osvaldo no vídeo.
Os convidades fizeram o trajeto do aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, ao aeroporto Santos Dumont, no Centro. O deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), amigo do presidente, também aparece nas imagens gravadas por Osvaldo.
O Gabinete de Segurança Institucional ( GSI ) informou que “por razões de segurança” decidiu que o “presidente e familiares fossem transportados em helicópteros da Força Aérea Brasileira” para o casamento. "Conforme a Lei 13.844, de 18 de junho de 2019, o GSI é responsável por zelar pela segurança do Presidente e Vice-Presidente da República, bem como de seus familiares", diz em nota.
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O site oficial da FAB diz que apenas "Presidentes do Senado, Câmara, STF, ministros de Estado e demais ocupantes de cargo público com prerrogativas de Ministro de Estado; e Comandantes das Forças Armadas e Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, além de Presidente e Vice" podem usar aeronaves oficiais. Em nenhum desses postos se enquadram os parentes de Bolsonaro .