O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta segunda-feira a divulgação de dados de desmatamento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mas reconheceu que a declaração de que os dados não eram verdadeiros foi "exagerada".
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"Olha, levando-se em conta até a época, foi exagerada. Em sendo exagerada, você pode adjetivá-las da maneira que você achar melhor", disse Bolsonaro
, ao ser questionado se houve precipitação na fala.
Na última sexta-feira, o presidente questionou os dados do próprio governoe disse que suspeitava que o diretor do Inpe estava "a serviço de alguma ONG". Após o episódio, o diretor do instituto, Ricardo Galvão, rebateu acusações e disse que não iria pedir demissão.
Bolsonaro disse hoje que está acostumado com " hierarquia e disciplina".
"E em um governo, eu sei que a grande maioria é de civis, nós devemos no mínimo ter isso também. No mínimo", explicou.
O presidente também voltou a criticar o Inpe . Disse que antes de divulgar os dados, o instituto deve informar o ministro Marcos Pontes, de Ciência e Tecnologia. E que ele deve ser informado para não ser surpreendido.
"Você pode divulgar os dados, mas tem que passar pelas autoridades até para não ser surpreendido. Até por mim. Eu não posso ser surpreendido por uma informação tão importante quanto essa daí. Eu não posso ser pego de calças curtas por aí, como eu acabei de falar para vocês, né? As informações têm que chegar ao nosso conhecimento de modo que nós possamos tomar decisões precisas em cima delas, e não sermos surpreendidos", disse. O presidente voltou a dizer que o chefe do Inpe será ouvido pelo ministro.
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"No meu entendimento, houve um percentual muito grande de desmatamento. Então quando você pega os dados e compara levando-se em conta de cinco em cinco dias, ou um prazo de tempo menor ou maior aí o pessoal conduz para aquele lado. Então o que nós queremos é isso. E o chefe do Inpe vai ser ouvido, sim, pelos ministros, para conversar com ele para que isso não pode continuar acontecendo", completou Bolsonaro
.