O presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste sábado (20), que o governo deve anunciar um novo corte - dessa vez de R$ 2,5 bilhões - no Orçamento federal. O anúncio deve fazer parte da divulgação do próximo relatório bimestral de receitas e despesas, na segunda-feira (22). O documento avalia o comportamento da arrecadação e dos gastos do governo.
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Segundo o presidente, a medida evita que o “governo pare”, e a opção sobre a mesa indica que um ministério, ao invés de vários, seja penalizado.
"Nós queremos evitar que o governo pare, dado o orçamento nosso completamente comprometido. Deve ter um novo corte agora, de R$ 2,5 bilhões, uma merreca, concorda que é uma merreca? Perto de um orçamento trilionário nosso, é pouca coisa, perto de um orçamento de trilhão, R$ 2,5 bilhões é pouco", diz Bolsonaro .
O presidente afirmou que, numa escolha difícil, um único ministério deverá ser penalizado, mas não deu detalhes sobre a pasta em questão.
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"O que estamos decidindo com a equipe econômica: em vez de cortar seis, sete ou oito ministérios, corta de um só, vamos matar um ministério só. Estou sendo obrigado a decidir, vamos ter que decidir como um filho. Como nós poderemos tirar o Brasil do sufoco, meu Deus do céu? Caso contrário eu pedalo, eu entro na lei de responsabilidade fiscal, é um impeachment contra mim, tá certo?", afirma.
Informações truncadas
Na última quinta-feira (18), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que não haveria novo bloqueio de recursos no Orçamento federal. Já o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, havia dito na semana anterior que ocorreria, sim, um novo contingenciamento de recursos, mas que o governo preparava medidas de aumento de receita para evitar mais bloqueios.
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Um dos motivos para o corte de gastos é a fraca recuperação da economia. Todo o Orçamento de 2019 foi elaborado no ano passado considerando um crescimento de 2,5% para o PIB. Em março deste ano, porém, o governo baixou a estimativa para 2,2%. Em maio, para 1,6%. Na semana passada, o governo reduziu ainda mais as projeções de crescimento da economia, para 0,81%.