Oposição ameaça chamar ministro para explicar suspensão de contratos de remédios

Líder da oposição promete apresentar requerimento na Câmara para convocar Henrique Mandetta para esclarecer medida que afeta 30 milhões

Ministério da Saúde encerrou parcerias com sete laboratórios que fabricam remédios distribuídos pelo SUS
Foto: Reprodução
Ministério da Saúde encerrou parcerias com sete laboratórios que fabricam remédios distribuídos pelo SUS

O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), prometeu apresentar requerimento para convocar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para explicar a  suspensão dos contratos para a fabricação de 19 remédios distribuídos gratuitamente pelo SUS.

A medida foi revelada nesta terça-feira (16) pelo jornal O Estado de São Paulo e pode afetar 30 milhões de pacientes transplantados e que sofrem de câncer e de diabetes e dependem dos remédios até então distribuídos de graça. 

Segundo documentos obtidos pelo jornal, foram suspensos contratos com sete laboratórios públicos nas últimas semanas, encerrando parceria para a produção dos medicamentos. O Ministério da Saúde, no entanto, afirma que a suspensão ocorre apenas em "período transitório" enquanto a pasta aguarda informações sobre a situação da parceria com cada laboratório.

Pelo Twitter, Alessandro Molon reclamou da medida e disse que ela afeta medicamentos de caráter "indispensável". "O ministro da Saúde precisa explicar por que o governo está interrompendo convênios para a produção de remédios indispensáveis. A medida atinge mais de 30 milhões de pacientes com câncer e diabetes, entre outros. Vamos requerer a convocação do ministro!", escreveu Molon.

A intimação de ministros do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para prestar esclarecimentos tem sido estratégia recorrente no Congresso. Em maio, o ministro da Educação, Abraham Weintraub foi convocado a explicar, na Câmara, os cortes do MEC em universidades federais. Opositores também já apresentaram requerimentos para ouvir os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública).

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Veja aqui a lista dos remédios que terão distribuição interrompida: 

  1. Adalimumabe, Solução Injetável (40mg/0,8mL), produzido por TECPAR;
  2. Adalimumabe, Solução Injetável (40mg/0,8mL), produzido por Butantan;
  3. Bevacizumabe, Solução injetável (25mg/mL), produzido por TECPAR;
  4. Etanercepte, Solução injetável (25mg; 50mg), produzido por TECPAR;
  5. Everolimo, Comprimido (0,5mg; 0,75mg; 1mg), produzido por Farmanguinhos;
  6. Gosserrelina, Implante Subcutâneo (3,6mg; 10,8mg), produzido por FURP;
  7. Infliximabe, Pó para solução injetável frasco com 10mL (100mg), produzido por TECPAR;
  8. Insulina (NPH e Regular), Suspensão injetável (100 UI/mL), produzido por FUNED;
  9. Leuprorrelina, Pó para suspensão injetável (3,75mg; 11,25mg), produzido por FURP;
  10. Rituximabe, Solução injetável frasco com 50mL (10mg/mL), produzido por TECPAR;
  11. Sofosbuvir, Comprimido revestido (400mg), produzido por Farmanguinhos;
  12. Trastuzumabe, Pó para solução injetável (150mg; 440mg), produzido por Butantan;
  13. Cabergolina, Comprimido (0,5mg), produzido por Bahiafarma Farmanguinhos;
  14. Insulina (NPH e Regular), Suspensão injetável (100 UI/mL), produzido por Bahiafarma;
  15. Pramipexol, Comprimido (0,125mg; 0,25mg; 1mg), produzido por Farmanguinhos;
  16. Sevelâmer, Comprimido (800mg), produzido por Bahiafarma Farmanguinhos;
  17. Trastuzumabe, Pó para solução injetável (150mg), produzido por TECPAR;
  18. Vacina Tetraviral, Pó para solução injetável, produzido por Bio-manguinhos;
  19. Alfataliglicerase, Pó para solução injetável (200 U), produzido por Bio-manguinhos.