
Uma escuta telefônica instalada em uma cela da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, no Paraná, gravou de forma irregular 260 horas de conversas de presos da Operação Lava Jato em 2014. A conclusão faz parte de um parecer feito pela própria PF em uma sindicância interna, revelado nesta sexta-feira (12) pelo jornal Folha de S.Paulo .
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A denúncia foi feita, naquele ano, pelo doleiro Alberto Youssef, que encontrou o aparelho de gravação ao inspecionar sua cela na PF . Na época, cogitou-se que o aparelho estaria lá desde 2008, quando o traficante Fernandinho Beira-Mar ficou detido na mesma cela.
A gravação, segundo o parecer, também identificou as vozes da doleira Nelma Kodama, que trabalhava com Youssef, e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
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Gravações consideradas ilegais já foram utilizadas por advogados para pedir a anulação de operações policiais, como a Satiagraha.
Em setembro de 2015, o analista de inteligência da PF Dalmey Fernando Werlang confirmou, em depoimento ao então juiz Sergio Moro, que instalou escutas na cela de Youssef às vésperas da primeira fase da Operação Lava Jato, em março de 2014.
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Ele afirmou ter sido orientado por delegados da PF de Curitiba. Os policiais negaram relação com o caso.