Um novo vazamento envolvendo conversas do ministro Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato foi divulgado nesta sexta-feira (5) pela revista Veja, em parceria com o site The Intercept. Além de mostrar a ação do então juiz em algumas ações, o novo trecho mostra o posicionamento contrário a uma possível delação premiada do ex-deputado Eduardo Cunha.
Leia também: Lava Jato desconfiou de peça-chave no processo contra Lula, indicam mensagens
Moro teria "cruzado a linha da imparcialidade" em relação aos acordos de delações fechados com o MPF. No dia 5 de julho de 2017, em uma conversa privada com Dallagnol às 23h11, teria comentado e se posicionado a respeito de rumores de uma possível delação do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB).
A informação teria sido revelada a Dallagnol pelo procurador Ronaldo Queiroz , que afirmou que Cunha poderia entregar "um terço do Ministério Público estadual, 95% dos juízes do Tribunal da Justiça, 99% do Tribunal de Contas e 100% da Assembleia Legislativa".
"Rumores de delação do Cunha... espero que não procedam", diz o então juiz. Dallagnol afirma que tudo não passa de rumores. "Só rumores. Não procedem. Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para receber anexos (nem sabemos o que virá) Acontecerá na próxima terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par”, afirma o procurador.
Moro , então, reforça seu posicionamento. "Agradeço se me manter (sic) informado. Sou contra, como sabe".
Leia também: Em novo vazamento, Moro chama de "tontos" militantes do MBL que o defenderam