Para o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), o conflito entre manifestantes bolsonaristas e integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) nos atos de apoio a Sergio Moro e a Lava Jato do último domingo (30) foi responsabilidade de radicais que não toleram divergências.
Kataguiri é um dos principais líderes do MBL e ficou conhecido pela atuação favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). "Eles (bolsonaristas) não querem um Congresso, querem bois de terno e gravata que atendam ao berrante do presidente", disse ao jornal O Globo .
Em São Paulo, representantes do grupo Direita SP se aproximaram do palanque do MBL e começaram a xingar os membros do movimento, usando amplificadores de voz. A Polícia Militar teve que intervir e separar os grupos. No Rio, o MBL também foi vaiado por alguns.
Segundo Kim, as ofensas partiram de um grupo de bolsonaristas mais radicais, que antagonizam com o MBL por discordar do fato do grupo "fazer política" e dialogar com quem pensa diferente.
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"Não é pelo fato de eu ter virado parlamentar. É pelo fato de eu criticar quando o presidente erra e elogiar quando acerta", afirmou. "Criticam o MBL por ter uma postura política, por a gente ser liberal politicamente, por defender a existência da imprensa. Essa ala do governo, que tem certa representação popular, não acredita nisso", acrescentou Kataguiri .
O MBL não participou da manifestação da direita no dia 26 de maio por considerar que a pauta era pedir o fechamento do Congresso, diz Kim. A manifestação deste domingo, convocada pelo MBL , também contou com a ala da direita que ataca os parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado, mas seu mote era a defesa da operação Lava Jato .
"As manifestações vão perdendo força e o governo vai radicalizando mais, vai falando cada dia mais com os doidos", diz Paulinho (SD-SP), da Força Sindical. "General já está indo para o palanque, esse grupo de extrema-direita vai se fechando cada dia mais", complementa.
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Para André de Paula (PSD-PE), os ataques ao Congresso já não surpreendem e estão dentro do esperado. "Está caindo na rotina, se incorporando à paisagem, então não faz muita diferença. Estamos num momento em que precisamos de ações concretas para que a economia volte a funcionar, e passeata e rede social tem menor importância", opinou, diferentemente do que pensa o líder do MBL .