A descoberta de 39 kg de cocaína no avisão da FAB que levava a comitiva do presidente jair Bolsonaro não foi proveniente de denúncia ou de nenhuma investigação específica. A polícia espanhola tratou o voo do avião da Força Aérea Brasileira como um "vuelo caliente", expressão usada pelas autoridades policiais locais para designar voos provenientes de regiões que integram rotas do narcotráfico e que passam pela Espanha.
Leia também: Defesa vê falha grave de segurança no embarque de cocaína em avião da FAB
Para a Guarda Civil em Sevilha, capital da Andaluzia, no sul da Espanha , não fazia diferença para as investigações o fato de o avião fiscalizado estar a serviço do governo brasileiro e numa missão presidencial. Além disso, o flagrante não foi precedido de uma investigação ou uma denúncia prévia relacionadas especificamente ao avião da FAB .
Leia também: 'Ninguém em primeira viagem vai colocar 39 quilos de droga', diz Bolsonaro
Na última terça-feira, o segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues , de 38 anos, foi preso no aeroporto em Sevilha por portar 39 quilos de cocaína em sua bagagem, traficada dentro de um avião da FAB a serviço de uma missão presidencial – a viagem do presidente Jair Bolsonaro para o Japão, onde participa das reuniões do G-20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo.
O avião da FAB dava suporte à missão presidencial, e fazia uma escala na Espanha. Rodrigues atuava como comissário de bordo em voos oficiais da Aeronáutica. Como segundo-sargento, recebe um salário bruto de R$ 7,2 mil.