A Justiça do Rio decidiu suspender a quebra de sigilo bancário da empresa MCA Participação e Exportações e de um de seus sócios. A firma e o empresário Marcelo Cattaneo Adorno integravam a lista dos 95 alvos da investigação do caso que envolve o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o ex-assessor dele Fabrício Queiroz .
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Por decisão do desembargador Antônio Amado, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), os dados das contas da MCA e de Adorno não poderão ser considerados como provas pelo Ministério Público (MP) contra Flávio Bolsonaro , de acordo com reportagem do jornal "Folha de S. Paulo". Os termos da decisão, proferida na última sexta, estão sob sigilo.
Ainda que em caráter liminar (provisório), esse é o primeiro recurso judical com resultado favorável a investigados do caso. Flávio e Queiroz tinham entrado com pedidos de liminar para suspender a quebra de sigilo autorizada em abril, mas tiveram os requerimentos desautorizados pelo próprio magistrado Antônio Amado (eles serão avaliados também pelo plenário da 3ª Câmara Civil).
Há ainda um segundo pedido do filho do presidente Jair Bolsonaro que aguarda a análise do desembargador. No Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio alegou foro privilegiado e pediu a transferência do caso para a Corte e também a anulação de provas, mas o pedido foi negado pelo ministro Marco Aurélio Mello .
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A MCA Participação e Exportações faz parte do grupo de empresas e pessoas com as quais Flávio Bolsonaro fez transações imobiliárias e que entraram na mira do MP. Em 2010, a MCA comprou 12 salas comerciais do então deputado estadual em um prédio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde funciona atualmente.
Flávio havia comprado sete dessas salas 45 dias antes de fechar a venda e teria lucrado mais de R$ 300 mil no negócio, segundo a "Folha de S. Paulo". Além de Marcello Cattaneo Adorno, outro sócio da MCA também teve o sigilo quebrado pela Justiça: Delio Thompson de Carvalho Filho, que não foi incluído na decisão do desembargador Antônio Amado.
Em maio, Delio Thompson falou sobre os negócios que envolveram o senador. Ele relatou que a MCA havia sido procurada e teria enviado ao MP os cheques administrativos envolvidos na transação das salas comerciais. De acordo com o empresário, Flávio Bolsonaro realizou a venda quando a estrutura ainda estava em construção.
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"Se houve uma venda do dia pra noite, não quero nem saber. Mostra que a pessoa viu uma oportunidade e aproveitou. Prestei todas as informações para o MP, e é impossível que os dados da minha conta bancária mostrem alguma novidade. Não tem problema quebrarem o sigilo", afirmou Delio na ocasião.