Hacker tentou se passar pelo ministro Sergio Moro em aplicativo, diz PF

De acordo com a investigação, pessoa que invadiu o celular do ex-juiz da Lava Jato tentou contato com pessoas próximas a Moro; informação é do Estadão

Foto: Reprodução
Hacker tentou se passar por Sergio Moro em aplicativo, diz PF

A Polícia Federal informou, nesta quarta-feira (19), que o hacker que invadiu o aparelho celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tentou entrar em contato com uma pessoa próxima ao ex-juiz da Lava Jato no último dia 4. A linha de investigação é que esse é o mesmo hacker responsável pelos vazamentos de mensagens particulares do ex-magistrado com procuradores da Lava Jato.

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De acordo com a investigação, o pessoa que se passava pelo ministro enviou um link de um artigo publicado na página da própria pasta e perguntou: "O que achou dessa matéria?". A informação é do jornalista Fausto Macedo, do Estado de São Paulo .

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Apesar de admitir que conversou com Deltan Dallgnol e outros procuradores da Lava Jato, Moro negou "qualquer conduta ilícita". Ele também disse não se lembrar com detalhes das mensagens e, portanto, não poderia confirmar se as conversas eram verdadeiras. Mesmo assim, Moro afirmou ter lido os diálogos, dizendo que não vê "nada de ilícito" nos autos. Ele ainda alega que havia apagado o aplicativo Telegram há meses.

Trechos de conversas que vem sendo divulgadas pelo site The Intercept Brasil há duas semanas indicam que Moro indicou a Dallagnol uma testemunha para ser incluída no processo do "triplex" contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-juiz teria orientado também o procurador Carlos dos Santos Lima a emitir nota para apontar contradições num dos depoimentos do ex-presidente, afirmando que até então a imprensa repercutia apenas o "showzinho da defesa".

Outros trechos mostram que  Moro  sugeriu a troca de uma procuradora que, segundo ele, não saberia fazer perguntas. O ex-juiz cobrou até mais operações da Polícia Federal e sugeriu a inversão de duas delas.